99 e outros apps querem ampliar uso do carro elétrico no Brasil
Iniciativa busca instalar 10 mil pontos de recarga e aumentar participação dos modelos para 10% das vendas até 2025
Nove empresas do setor de mobilidade urbana estão lançando uma coalizão com o objetivo de democratizar o acesso aos carros elétricos no Brasil. Nomeada “Aliança pela Mobilidade Sustentável”, a iniciativa é liderada pela companhia de aplicativos 99 e busca impulsionar a infraestrutura para veículos sustentáveis no país.
Também fazem parte do projeto a Caoa Chery, Ipiranga, Movida, Raízen, Tupinambá Energia, Unidas e Zletric.
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Entre as metas da 99 estabelecidas com a parceria estão o aumento de participação de elétricos entre carros novos para 10% das vendas até 2025 (hoje, o índice é de 2%) e a criação de 10 mil estações públicas de carregamento.
Além disso, estão nos planos o lançamento de, no mínimo 300 automóveis elétricos da 99 ainda este ano, com o objetivo de chegar a 10 mil até 2025 e 100% da frota até 2030.
"Nesse primeiro momento estamos unindo os principais setores da mobilidade para termos investimentos cruzados dentro da área de expertise de cada companhia. Nessa etapa, também definiremos como cada companhia deve colaborar para alcançarmos nossas metas", explica o diretor sênior de operações da 99, Thiago Hipólito.
Como explica Hipólito, em um primeiro momento, a 99 vai trazer 300 carros elétricos ainda em 2022 para serem testados na plataforma. Eles serão adquiridos em parte por parcerias com locadoras e montadoras e parte com recursos próprios.
"Com os aprendizados dessa primeira fase, a empresa estudará a melhor forma de disponibilizar 10 mil veículos elétricos aos motoristas até 2025 até chegar a 100% da frota em 2030. O objetivo é criar estratégias conjuntas para financiar projetos para alavancar o desenvolvimento de todo o ecossistema que possa ampliar o uso dos veículos elétricos. Essa discussão ainda está em andamento entre as empresas parceiras", disse Hipólito.
Com a aliança, a 99 busca checar à emissão zero de carbono até 2030. A cidade de São Paulo será o primeiro polo pioneiro para a implementação de programas.
Segundo os membros da aliança, o objetivo é que os veículos de matriz energética mais limpa sejam acessíveis aos motoristas parceiros da 99, em termos financeiros e de infraestrutura.
Tentar superar os gargalos
A iniciativa visa também impulsionar toda a infraestrutura necessária à eletrificação da frota brasileira, por meio do apoio às montadoras aos fornecedores de peças para esses veículos e facilitando seu aluguel entre motoristas de aplicativo.
O mercado de elétricos vem avançando no Brasil. No ano passado, o segmento cresceu 77% em relação ao ano anterior, somando 34.990 unidades vendidas, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Entre as dificuldades a serem superadas ainda está o preço considerado caro, especialmente se comparado aos veículos a combustão e os gargalos de infraestrutura, com poucas unidades de recarga localizadas fora dos grandes centros.
"A Aliança busca justamente reduzir esses gargalos com a soma de esforços de diversos setores atuando em conjunto. Ela aliança pretende, ainda, envolver cada vez mais parceiros ao longo do tempo, incluindo a iniciativa privada, o poder público e o terceiro setor", disse Hipolito.
Experiência na China
O diretor sênior da 99 destaca ainda que a empresa possui a experiência do mercado chinês, onde opera mais de 30% de todas as estações de carregamentos públicas por uma rede de parceiras.
A empresa chinesa Didi é dona da plataforma de transportes que atua no Brasil.
A parceria é uma ação construída por meio do DriverLAB, centro de inovações da 99 que é focado nos motoristas parceiros.
Anunciado em 15 de março com investimento previsto de R$250 milhões nos próximos três anos, sendo R$100 milhões em 2022, o objetivo do DriverLAB é proporcionar soluções de cuidado que ampliam os ganhos dos motoristas que utilizam a plataforma, com a diminuição de seus custos e maior acesso a serviços.