
Após oito pregões consecutivos de queda, o dólar opera em alta ante o real, e a Bolsa cai nesta segunda-feira (28). Na cena externa, os investidores monitoram um novo encontro entre delegações da Rússia e da Ucrânia, além do avanço dos casos de Covid-19 na China, que ajudam a derrubar as cotações do petróleo. A China adotou um novo lockdown em Xangai, o mais importante polo financeiro do país.
Por volta de 12h , a moeda americana tinha alta de 1,28%, negociada a R$ 4,8075, após atingir a máxima de R$ 4,8190.
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Além da correção após queda de 5,37% registrada na semana passada, o movimento acompanha o avanço da divisa visto no exterior, com a percepção por parte dos agentes de que o Federal Reserve, Banco Central americano, precisará acelerar seu processo de alta dos juros.
No ano, porém, o dólar acumula perdas de 14,86% ante o real.
No mesmo horário, o Ibovespa cedia 0,68%, aos 118.275 pontos, pressionado pelo desempenho ruim de empresas ligadas a commodities.
Guerra e Covid-19
No domingo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Ucrânia está disposta a se tornar neutra e comprometer o status da região leste de Donbass como parte de um acordo de paz.
Há expectativa para um novo encontro entre delegações dos dois países ocorra na Turquia. No entanto, ainda é cedo para afirmar que um acordo para pôr fim ao conflito está próximo.
No caso chinês, as medidas restritivas reascendem nos investidores os receios de paralisação da atividade econômica. A Tesla, por exemplo, vai paralisar a produção de carros elétricos em Xangai por causa do surto.
Boletim Focus: mais inflação
Na cena interna, destaque para a divulgação do Boletim Focus pelo Banco Central (BC), com as expectativas dos agentes de mercado.
As projeções de inflação para o final deste ano foram elevadas pela 11ª semana consecutiva. Agora, a estimativa está em 6,86% ante os 6,59% da semana anterior.
O número é bem superior ao teto da meta do BC, que é de 5%.
Para o final de 2023, a estimativa passou de 3,75% para 3,80%, terceira alta consecutiva.
No caso da Selic, as previsões mantiveram-se inalteradas em 13% ao final deste ano e 9% ao término de 2023.
Para o dólar, por sua vez, as projeções foram revisadas para baixo. Ao final deste ano, a estimativa passou de R$ 5,30 para R$5,25. Já para o término de 2023, houve corte de R$ 5,22 para R$ 5,20.
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Na véspera, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a reafirmar que o pico da inflação deve ocorrer em abril e que há o entendimento para o fim do ciclo de altas da Selic em 12,75% ao ano, ainda que novos ajustes possam ser feitos.
Petrobras cai
Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) cediam 2,51% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 2,07%.
As ordinárias da PetroRio (PRIO3) cediam 4,44% e as da 3RPetroleum (RRRP3), 4,44%.
As ordinárias da Vale (VALE3) cediam 0,59% e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3), 0,56%.
As preferenciais da Usiminas (USIM5) subiam 0,57%.
No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradeso (BBDC4) tinham quedas de 0,91% e 0,58%, respectivamente.
Na ponta positiva, destaque para as empresas de proteína animal, que possuem receita dolarizada e se beneficiam da alta da divisa.
Os papéis ON da Marfrig (MRFG3), da BRF (BRFS3), da Minerva (BEEF3) e da JBS (JBSS3) tinham altas de 4,02%, 2,41%, 1,36% e 1,98%, respectivamente.
Petróleo tomba 8%
Com os receios gerados pelo lockdown na China, os preços dos contratos futuros do petróleo apresentavam fortes quedas.
Por volta de 12h, no horário de Brasília, o contrato para maio do petróleo tipo Brent caía 7,66%, negociado a US$ 111,41, o barril.
Já o contrato para o mesmo mês do tipo WTI cedia 8,08%, cotado a US$ 104,70, o barril.
Bolsas no exterior
As bolsas americanas operavam com direções contrárias. Por volta de 12h, em Brasília, o índice Dow Jones cedia 0,49% e o S&P subia 0,14%. Em Nasdaq, ocorria alta de 0,40%.
Na Europa, as bolsas operavam com altas. No mesmo horário, a Bolsa de Londres subia 0,07% e a de Frankfurt, 1,23%. Em Paris, ocorria alta de 1%.
As bolsas asiáticas fecharam com direções contrárias. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 0,73%. Em Hong Kong, houve alta de 1,31% e, na China, de 0,07%.