Estudo aponta fatores que proporcionaram sucesso do Pix; confira
BIS também aponta que experiência com o sistema no Brasil aponta lições importantes para desenvolvimento de moedas digitais de banco centrais
A participação obrigatória de grandes bancos e o papel duplo do Banco Central (BC) como provedor da infraestrutura e regulador foram dois fatores essenciais para o sucesso do Pix, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (23) pelo Bank of International Settlements (BIS), conhecido como banco central dos bancos centrais.
De acordo com o documento, a participação obrigatória de grandes instituições financeiras criou uma massa crítica de usuários logo no começo e deu um impulso para que o Pix ganhasse mais força entre a população.
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“Quando os bancos viram seus competidores participando, eles foram incentivados a se juntar ao sistema. Em particular, bancos menores que não eram obrigados a participar viram que entrar no Pix era do seu próprio interesse, assim como as instituições de pagamento”, aponta o estudo.
Ainda segundo o estudo, a governança do Pix pelo Banco Central e as regras instituídas também foram importantes para o crescimento do Pix desde seu lançamento, em novembro de 2020.
“O Banco Central do Brasil tratou o desenvolvimento do Pix com uma perspectiva no usuário, focando nas necessidades concretas de famílias e negócios nos seus hábitos de pagamento e nos buracos do sistema atual”, diz.
O número de usuários do Pix dobrou entre novembro de 2020 e março de 2021 e continuou aumentando nos meses seguintes. Em fevereiro, o número de pessoas físicas cadastradas chegou a 113,6 milhões e o de empresas, 8,4 milhões.
O estudo do BIS também apontou que as funcionalidades do Pix, assim como a capacidade de um banco central o operar, são relevantes também para uma possível adoção de uma moeda digital de banco central (CBDC na sigla em inglês). A CBDC está sendo desenvolvida pelo BC brasileiro e por outros ao redor do mundo.
Segundo o estudo, ambas usam identificação digital e criptografia para garantir a privacidade nos pagamentos e também permite que o setor privado ofereça serviços mais baratos. Uma das principais diferenças seria nas funcionalidades da moeda digital, como O GLOBO já mostrou.
“A racionalidade por trás de uma CBDC é similar àquelas por trás de um sistema de pagamentos instantâneos. Sobre isso, o sucesso do Pix levanta muitas lições importantes”, finaliza.