Servidores federais param "por tempo indeterminado" nesta quarta-feira (23) para cobrar um reajuste de 19,99% no salário. O Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) e a Fenasps (Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) reivindicam o aumento acumulado dos últimos três anos, o arquivamento da PEC 32 (a chamada “reforma administrativa”) e a revogação da Emenda Constitucional 95/2016, do teto de gastos.
Nesta quarta-feira (16), servidores de todas as regiões do país ocuparam a Esplanada dos Ministérios reivindicando melhores condições de trabalho e atendimento da pauta, mas acusa o governo de ignorar os pedidos de audiência. O Ministério da Economia não quis receber nenhum representante do Fonasefe ou estabelecer diálogo.
"Em resposta, as entidades sindicais nacionais não arredaram o pé do Ministério da Economia, e vão organizar diariamente vigílias até 23 de março, dia apontado como início da Greve Geral no Serviço Público", diz a Fenasps e, nota .
A associação orienta que "o(a) servidor(a) que aderir à greve informe ao sindicato ao qual é filiado que paralisou suas atividades"
"A conta fecha, o que falta é vontade do Governo!"
De acordo com cálculos do Paulo Roberto Lindesay, da Executiva Nacional da Associação dos Funcionários do IGBE, o reajuste de 19,9% a todos os servidores poderia ter sido aplicado ainda dentro do Orçamento de 2021.
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Ele aponta, com base em dados da Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento, até dezembro de 2021, o custo com despesas de pessoal representava 21,7% da receita líquida da União.
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo federal pode gastar até 37,9% da receita líquida com pessoal, o que permitira um gasto a mais de R$ 171 bilhões. Para aplicar o reajuste de 19,9%, seriam necessários apenas R$ 45,9 bilhões.
"A conta fecha, o que falta é vontade do Governo!", diz a nota.