Servidores montam acampamento em Brasília por reajuste de 19%
Entidades do setor avaliaram o ato de forma positiva, mas indicam que não houve avanço por parte do governo em recebê-los
Servidores federais organizaram, na manhã desta quarta-feira (16), um ato em frente em Brasília para retomar a demanda da recomposição salarial de 19,9%, o acumulado do IPCA desde o começo do governo Jair Bolsonaro. A manifestação teve adesão de pelo menos 3 mil servidores, que vieram em caravanas e representações de três estados.
O ato foi organizado pelo Fórum da Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), que reúne as principais centrais sindicais e associações do funcionalismo federal, a partir de uma pauta unificada pela recomposição. Segundo representantes, a depender da categoria, o valor de 19,9% ainda é inferior às perdas reais desde o último reajuste.
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Entidades do setor afirmam que, como o governo federal não teria enviado representante para dialogar com a categoria, a partir desta quinta-feira (dia 17), os servidores vão armar acampamento em frente ao prédio do Ministério da Economia para tentar conversar com a pasta.
Entidades do setor avaliaram o ato de forma positiva, mas indicam que não houve avanço por parte do governo em recebê-los.
"Nós tentamos conseguir uma audiência com o Ministério da Economia, solicitamos o recebimento de uma comissão de servidores, mas infelizmente o governo não nos recebeu", afirmou Luiz Henrique Blume, 3º secretário do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior.
Estiveram presentes no ato hoje representantes dos servidores dos ministérios da Educação e da Saúde, do INSS, do Banco Central, entre outras categorias.
A conta da União fecha
De acordo com cálculos do Paulo Roberto Lindesay, da Executiva Nacional da Associação dos Funcionários do IGBE, o reajuste de 19,9% a todos os servidores poderia ter sido aplicado ainda dentro do orçamento de 2021.
Ele aponta, com base em dados da Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento, até dezembro de 2021, o custo com despesas de pessoal representava 21,7% da receita líquida da União.
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo federal pode gastar até 37,9% da receita líquida com pessoal, o que permitira um gasto a mais de R$ 171 bilhões. Para aplicar o reajuste de 19,9%, seriam necessários apenas R$ 45,9 bilhões.