Tereza Cristina, ministra da Agricultura
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Tereza Cristina, ministra da Agricultura

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quarta-feira (2) que o preço dos alimentos deverão ter uma alta, mas a magnitude depende do andamento do conflito entre Ucrânia e Rússia.

"O preço a gente acha que terá alta sim, quanto? A soja já subiu, já caiu um pouco, o milho já subiu, já caiu um pouco. Isso é uma commodity (produto basico com cotação internacional).  A gente tem que acompanhar e diminuir os impactos que poderão ter", apontou.

"Isso tudo depende, se a guerra acaba hoje ou amanhã, é um impacto, se continuar por muito tempo, é outro", concluiu.

Os preços dos alimentos estão subindo em todo o mundo, pois Ucrânia e Rússia são grandes fornecedores globais de grãos. Além disso, há o risco de escassez de fertilizantes pelo planeta, produto que também e forte na região. E, por último, ainda há o impacto do dólar, cuja cotaçao sobe em momentos de turbulências e incertezas. A ministra disse, contudo, que que é necessário achar alternativas para mitigar os possíveis efeitos da guerra e das sanções nos preços dos alimentos.

"A gente tem que diminuir esses impactos. É achar alternativas de ter fornecimento, abastecimento. O preço é o mercado, o trigo subiu nas alturas por quê? Porque a Ucrânia é um grande produtor de trigo, então influencia no mercado global", disse.

A ministra afirmou que a safra atual já está acontecendo, o que era necessário de fertilizante já chegou e o produtor rural já está plantando.  A Rússia é um dos principais exportadores de fertilizantes para o Brasil e a Bielorússia também é um ator importante no mercado e está sob sanções do governo americano desde o ano passado.

Segundo ela, a safra de verão, que tradicionalmente começa a ser colhida no fim de setembro, é uma preocupação, mas o setor privado já sinalizou que há um estoque de fertilizantes.

"Temos do setor privado a confirmação que temos um estoque de passagem de fertilizante num volume que é suficiente para chegar em outubro", afirmou.

Tereza Cristina ressaltou que ainda há muita incerteza no mercado de fertilizantes, mas que é preciso ter planos para todas as ocasiões. Ela apontou que há um plano A de busca por outros parceiros como o Chile, no caso do potássio, e países da região do Oriente Médio, como Catar e Arábia Saudita, que têm disponibilidade de nitrogenados como a ureia.

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"Nós temos algumas alternativas para essa deficiência que a gente pode vir a ter, não estou dizendo que a gente terá. Esse é o plano caso a gente tenha que não receber fertilizantes", disse ao ressaltar também que a Rússia ainda não disse que deixará de exportar.

O plano B, ressalta a ministra, é um trabalho que a Embrapa deve desenvolver com os produtores para diminuir o uso de fertilizantes mantendo o patamar de produção.

"Existe uma série de tecnologias, menos fertilizantes, tudo isso vai ser colocado, temos que ter calma, equilíbrio, a agricultura brasileira é forte, vai continuar forte, mas temos que dar alternativas e condições para continuar trabalhando", afirmou.

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Planos

A ministra ainda ressaltou que o governo tem elaborado no último ano um Plano Nacional de Fertilizantes com o objetivo de diminuir a dependência brasileira da importação desses produtos.

De acordo com Tereza Cristina, o plano deve ser apresentado ainda neste mês com o objetivo de ter 50% ou 60% de produção própria. Segundo ela, o Brasil teria potássio, fósforo e poderia ser produtor de ureia e sulfato de amônia.

"Tínhamos que fazer uma política nacional para mudar a dependência das importações, nós não vamos ter auto suficientes,  mas mudar essa matriz",  disse.

Para toda a safra, a ministra ressaltou que a pasta vem levantando qual a necessidade de fertilizantes, mas tem certeza que a safra vai acontecer.

"Se tivesse que acontecer hoje, já teria produto para isso e tem muita coisa embarcando", ressaltou.

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