Invasão russa: Petrobras observa alta do petróleo antes de reajuste

Diretor-executivo de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella disse que a resposta à crise no leste europeu "não é fácil nem simples"

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Foto: Felipe Moreno
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Em meio à tensão no leste europeu, provocada pela invasão de tropas russas ao território ucraniano nesta quinta-feira (24), cresce o temor no Brasil por um novo reajuste de preços da Petrobras, já que o ataque fez com que o preço do petróleo disparasse para a máxima dos últimos sete anos.

Para o diretor-executivo de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, a resposta à crise "não é simples, nem fácil", mas a afirmou à agência Reuters que a empresa deve continuar observando o mercado por mais algum tempo e observando em paralelo à evolução do câmbio no Brasil".

O último reajuste foi em 12 de janeiro, desde então, sucessivas quedas no dólar permitiram que nenhum outro reajuste fosse implementado, apesar da alta do petróleo. 

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"Com relação a defasagem ... em função de diversas tensões geopolíticas, a gente tem observado elevação dos preços nas últimas semanas e, em paralelo o dólar foi desvalorizando. Com esses dois movimentos, em contraposição, a gente pôde manter nossos preços", afirmou.

Os contratos futuros do petróleo Brent, referência no mercado internacional, saltaram mais de 8,42%, cotados a US$ 101,97. Já o petróleo americano WTI (West Texas Intermediate) é cotado a US$ 100,08, refletindo alta de 8,66%. O Brent e o WTI atingiram seu nível mais alto desde agosto e julho de 2014, respectivamente.

"No momento atual, hoje em particular, naturalmente trouxe uma volatilidade muito mais elevada para os mercados, que a gente ainda está observando", ponderou Mastella. 

Desde outubro de 2016, a Petrobras adota a política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula o preço dos derivados de petróleo ao mercado internacional. Após cinco anos da mudança, o combustível no Brasil concentra a maior alta da história, superando a inflação em mais de 30%.

Segundo o executivo, a estatal busca praticar preços competitivos e equilíbrio com o mercado externo. 

"Esse equilíbrio entre preço interno e preço internacional é o que garante atendimento a mercado interno em bases econômicas, sem risco de desabastecimento, pelos diversos atores", frisou.