Paulo Guedes
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Servidores da Secretaria do Tesouro Nacional enviaram carta ao ministro da Economia Paulo Guedes nesta quarta-feira para pedir reajuste salarial compatível com carreiras de referência no Executivo Federal, como da Receita Federal e que o governo federal encaminhe Medida Provisória ao Congresso com tabela remuneratória compatível a outras carreiras de Estado. O documento foi assinado por 416 dos 524 servidores e teve adesão de todos os coordenadores-gerais e de 90% dos gerentes.

Na carta, apontam que o salário de servidores do Tesouro, a depender do nível de progressão de carreira, representa entre 82% e 90% da quantia paga a funcionários da Receita Federal e da Polícia Federal. Eles afirmam que, caso seja aplicado o reajuste a determinadas categorias, poderiam ter remuneração até 30% inferior.

"O desalinhamento em pauta configura-se, portanto, como um desserviço à boa gestão dos recursos humanos do serviço público, ao impor um descompasso injustificado à luz da qualificação, produtividade e responsabilidade das atividades desempenhadas pelos servidores do Tesouro Nacional", afirma a nota.

Caso as demandas não sejam atendidas pelo governo federal, o Tesouro alerta para entrega de cargos de chefia e de confiança nos próximos dias. Na próxima terça-feira, dia 22, os servidores vão organizar uma paralisação, momento em que irão anunciar a prévia da adesão que, na avaliação de representantes sindicais, deve ser "altíssima".

A Secretaria do Tesouro Nacional é a principal pasta sob a alçada do Ministério da Economia, e é responsável por realizar transferências a estados e municípios, gerir a dívida pública e negociar títulos públicos, como o Tesouro Direto. O cálculo feito por representantes é que a entrega de cargos terá um impacto "imenso".

Desde dezembro, o presidente Jair Bolsonaro vem falando sobre conceder aumentos a policiais federais, policiais rodoviários federais e policias penitenciários, como aceno a uma de suas principais bases de apoio. Servidores das demais categorias do funcionalismo federal, em especial de Receita Federal, Banco Central e Tesouro Nacional, também pleiteam recomposição. Eles se queixam que o ministro Paulo Guedes nunca sentou à mesa para conversar sobre o assunto, e apontam pouco diálogo dentro do ministério.

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