Em almoço com empresários do setor de serviços, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo lançará um grande pacote de crédito, na ordem de R$ 100 bilhões para empresas. O ministro relatou que a ideia seria promover uma reorganização dos programas que já existem.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, esteve no almoço e relatou que Guedes não deu muitos detalhes da ação, mas ouviu aos apelos dos empresários que pediram por uma solução para as linhas de crédito atreladas à Selic, a taxa básica de juros, que não para de subir.
"(O ministro contou que) Semana que vem o presidente lança um grande programa de crédito, na ordem de R$ 100 bilhões, reorganizando os programas já existentes e com a possibilidade de esticar os prazos. Uma das pautas que a gente levou foi a inadimplência do Pronampe, que está grande por causa da elevação da Selic", relatou.
Ainda de acordo com Solmucci, esse novo pacote seria voltado para microempreendedores individuais (MEI) até empresas com faturamento anual de R$ 300 milhões.
"O setor está bastante animado, porque estamos em aperto e tem crédito novo", disse.
Leia Também
Pacote via MP
A equipe econômica estuda renovar a vigência dos fundos garantidores de crédito, que foram fomentados durante a pandemia da Covid-19, para estimular o crédito e dar um fôlego para as micro e pequenas empresas. Assim, as empresas poderiam tomar empréstimo com garantia do Tesouro Nacional.
Segundo uma fonte a par das discussões, os fundos entrariam cobrindo até 20% das carteiras dos bancos. Essa medida poderá alavancar financiamentos da ordem de R$ 100 bilhões para o segmento, apontam estimativas.
O anúncio pode ficar para depois do Carnaval, porque está sendo costurado com líderes dos partidos já que será preciso que o Congresso aprove uma medida provisória (MP).
Em paralelo, a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho e Previdência trabalham na criação de um programa de microcrédito para Microempreendor Individual (MEI) e trabalhadores informais. A proposta viria acompanhada de um fundo garantidor de crédito, com recursos do FGTS, conforme já antecipou O GLOBO.