O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse à agência Reuters que monitora a crise entre Ucrânia e Rússia, que pode fazer com que o preço do barril do Petróleo Brent dispare.
Além da tensão provocada pela crise, a demanda reprimida pela pandemia fez com que a commoditie atingisse US$ 96, maior valor desde 2014. Hoje, após declarações de recuo do presidente russo Vladimir Putin, é cotado a US$ 92,75.
Os preços do petróleo podem subir para US$ 120 por barril se as exportações de petróleo da Rússia forem prejudicadas pelas tensões com a Ucrânia, dizem projeções do JPMorgan Chase.
"Estamos vivendo um período de baixo estoque da Opep, excesso da demanda frente à oferta e retomada da economia muito superior ao que o mundo espera no pós-pandemia" avaliou Luna nesta segunda-feira (14).
"Ainda teve uma friagem forte nos Estados Unidos que gerou um consumo grande, tudo isso baixa estoque, maior demanda e oferta insuficiente. Acho que não poderia (vir essa tensão em pior hora)", adicionou o executivo.
Silva e Luna considera "improvável" que o conflito escale para uma guerra e que o arrefecimento dos ânimos deve esfriar o mercado, o que ele considera antes de qualquer movimento sobre preços de derivados.
No ano, a alta do petróleo Brent de referência global supera 20%, isso porque Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais.
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Desde 2016 a Petrobras adota a política de paridade internacional, que obriga a empresa a reajustar o preço dos derivados conforme o mercado internacional, para evitar defasagem.
Além disso, a estatal leva em consideração o dólar, que, ao contrário do petróleo, vem caindo nas últimas semanas, aliviando a pressão por um novo aumento no preço dos combustíveis.
Se o Brent subiu mais de 20% no ano, o dólar caiu cerca de 6% frente ao real.
Ao ser questionado sobre novos ajustes nos preços dos combustíveis, diante da tensão entre russos e ucranianos, Luna despistou.
"A gente está acompanhando e monitorando para ver se é um ponto fora da curva ou se já virou a curva. Estamos 24 horas acompanhando o que está acontecendo", afirmou ele, acrescentando que torce para estabilização do conflito:
"Acho que uma guerra propriamente seja pouco provável, mas cada lado tem ceder... Um conflito, se vai para aérea bélica, ninguém controla. Essa é uma guerra que ninguém quer. Mas ela já existe em nível diplomático, tensões e muitos atores trabalhado."