A devolução do Galeão para o governo federal e a decisão de relicitá-lo junto com o Santos Dumont no segundo semestre de 2023 vai afetar passageiros, companhias aéreas, outras concessionárias de aeroportos, o turismo e a própria economia do Rio.
Representantes do setor de turismo e de companhias aéreas afirmam que a troca na gestão do Galeão deve reduzir a atração de voos em um momento crucial, em que as empresas começam a reprogramar malhas aéreas e selecionar destinos no pós-pandemia. Ou seja, o Rio corre o risco de ficar para trás na retomada do setor.
"O problema é o tempo que isso pode levar porque (o concessionário) ajudava a tentar captar voos. Agora, a Infraero, que é sócia minoritária (com 49% do capital), terá de trabalhar sozinha por um período. A operadora sempre teve um diálogo com o setor de turismo carioca", afirma Alexandre Sampaio, presidente da Federação Nacional de Hotéis e Restaurantes.
Sampaio afirma que o país já está com dificuldade de atrair novas empresas aéreas:
"Se conseguirem licitar rápido e uma só operadora ganhar, melhor. A negativa do governo em ajustar o contrato diante da mudança de ambiente de negócios com a Covid-19 e a retração na economia passa a imagem de insensibilidade, que pode dificultar a atração de investidores."
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O presidente de uma empresa aérea que prefere não se identificar diz que isso tende a atrasar mais a retomada de voos internacionais no Rio, o que afeta a chegada de turistas.
Ainda não foram retomadas rotas para destinos relevantes na Europa e nos EUA a partir do Galeão em razão da pandemia. A consequência é que o carioca será forçado a fazer escala e conexão em São Paulo, que vem aumentando o volume de voos.
A tendência é que as aéreas estrangeiras fiquem em “compasso de espera” ou busquem parcerias com companhias aéreas locais para distribuir passageiros a partir de São Paulo.