Servidores pedem a Guedes 20% de aumento
Ministro da Economia recebeu ofício da categoria durante os protestos desta terça-feira
Durante a greve desta terça-feira (18) , o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) encaminhou um ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pedindo aumento salarial de 19,99%. A categoria está insatisfeita com o presidente Jair Bolsonaro por escolher dar reajuste apenas para os profissionais da segurança pública, mas o período de férias e a onda de casos da variante Ômicron pode diminuir a adesão ao movimento.
Às 10h de ontem manifestantes começaram a se reunir na frente da sede do Banco Central (BC) em Brasília. À tarde, concentração foi em frente ao Ministério da Economia onde o grupo entregou o texto ao ministro, que é contrário ao reajuste.
Segundo a íntegra do documento, divulgada pelo site Poder360, "o(a)s servidore(a)s público(a)s no Brasil têm acumulado perdas salariais nos últimos
anos na ordem de 49,28%", só durante o governo Bolsonaro a inflação acumula o percentual de 19,99% de perdas.
Além do reajuste salarial de 19,99% para o conjunto dos servidores públicos federais, a categoria pede arquivamento da PEC 32 (reforma administrativa) e revogação da EC 95/2016 (Novo Regime Fiscal que congela gastos por 20 anos).
O ofício acusa Bolsonaro de seguiu no caminho oposto dos 2 últimos governos. Segundo os servidores, Michel Temer (MDB) concedeu reajuste de 5% para o funcionalismo público e Dilma Rousseff (PT), 22,13% e completa dizendo que “as perdas inflacionárias dos servidores federais (acumuladas desde 2017, para 80% dos servidores; e desde 2019, para os demais), já corroeram cerca de ¼ do poder aquisitivo dos salários”.
Caso o pedido não seja atendido, a categoria prevê endurecimento da greve incluindo suspensão dos trabalhos em mais dois dias: 25 e 26 de janeiro. Se não adiantar o próximo passo seria uma greve geral.
Os grupos já falam até em novas mobilizações para o dia 2 de fevereiro —quando recomeçam os trabalhos no Congresso Nacional e no STF (Supremo Tribunal Federal).
O Ministério da Economia disse que não vai comentar os protestos, mas nas contas internas do governo, está o cálculo de que cada 1% de aumento gera uma fatura adicional de R$ 3 bilhões para a União.