Bolsonaro elogia "flexibilização" da reforma trabalhista do Temer

Proposta voltou ao centro do debate após integrantes do PT falarem em revogar medida

Proposta voltou ao centro do debate após integrantes do PT falarem em revogar medida
Foto: O Antagonista
Proposta voltou ao centro do debate após integrantes do PT falarem em revogar medida

O presidente Jair Bolsonaro defendeu em entrevista nesta segunda-feira (17) a reforma trabalhista aprovada pelo governo Michel Temer. A proposta voltou ao centro do debate após lideranças do PT (Partido dos Trabalhadores) afirmarem que se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva for eleito em 2022, revogará o texto. 

"O governo Temer fez uma pequena reforma trabalhista. Não tirou direito de nenhum trabalhador. Mente quem fala que a reforma trabalhista do Temer retirou direito de trabalhador, até porque os direitos estão lá no art. 7º da nossa Constituição; não podem ser alterados", afirmou Bolsonaro à Rádio Viva FM de Vitória (ES).

"Foi uma flexibilização, deu um impulso, no governo Temer, essa reforma. Tanto é que tivemos já um saldo positivo [na geração de empregos] no governo Temer", continuou o mandatário.

Bolsonaro disse também que o governo Dilma Roussef teve déficit de empregos mesmo sem uma pandemia para atrapalhar. Ele defendeu o saldo de empregos criados pelo seu governo, mas que "lamentavelmente" foram prejudicados pelos efeitos econômicos da Covid-19. 

Inflação

Na entrevista, Bolsonaro também culpou o PT pela alta nos combustíveis. Segundo ele, a  "roubalheira" durante os anos petistas à frente da Petrobras fizeram a empresa ser deficitária.

Os combustíveis foram os principais vilões do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no ano passado, junto com a energia elétrica. Na entrevista, Bolsonaro disse que a inflação vai abaixar "com certeza" nesse ano. 

Em 2021 o índice fechou o ano em 10,06%. A projeção para 2021 é de 5,09%, segundo o boletim Focus do banco Central. 

Fim das políticas neoliberais?

Gleisi Hoffmann , presidente do Partido dos Trabalhadores, disse em entrevista ao blog da Malu Gaspar que se o ex-presidente Lula vencer as eleições deste ano  não ouvirá "mimimi" do mercado e revogará a lei que instituiu o teto de gastos em 2016. O petista ainda não apresentou o candidato a ministro da Economia, mas quer alguém com perfil empresarial e não um "guru" que acalme o mercado. 

"O teto de gastos está desmoralizado e deve ser um dos primeiros a serem liquidados. Bolsonaro fez o orçamento de guerra e muitas outras coisas fora do teto aos olhos do mercado e agora querem exigir de nós respeito ao teto?", questionou a petista.