Presidente do PT afirma que se Lula for eleito revogará teto de gastos
Gleisi Hoffmann disse em entrevista que o petista não ouvirá "mimimi" do mercado
Gleisi Hoffmann , presidente do Partido dos Trabalhadores, disse em entrevista ao blog da Malu Gaspar que se o ex-presidente Lula vencer as eleições deste ano não ouvirá "mimimi" do mercado e revogará a lei que instituiu o teto de gastos em 2016. O petista ainda não apresentou o candidato a ministro da Economia , mas quer alguém com perfil empresarial e não um "guru" que acalme o mercado.
"O teto de gastos está desmoralizado e deve ser um dos primeiros a serem liquidados. Bolsonaro fez o orçamento de guerra e muitas outras coisas fora do teto aos olhos do mercado e agora querem exigir de nós respeito ao teto?", questiona a petista.
Além do teto de gastos, a política de preços da Petrobras e a reforma trabalhista também estão na mira para serem revogados. A ideia é mostrar para a Faria Lima que o Brasil terá uma guinada à esquerda sem se preocupar com os donos do capital.
"Não tem necessidade de carta ao povo brasileiro, as pessoas já conhecem o Lula. Não precisamos mais de um Palocci”, afirma Gleisi em referência ao primeiro ministro da Fazenda de Lula, que tinha como uma de suas virtudes o trânsito fácil na Faria Lima.
"A única coisa que não vamos fazer é quebrar contratos, como o Bolsonaro fez com os precatórios. O resto nós vamos fazer. E não tem mimimi do mercado. Um país que não tem dívida externa, que tem este mercado consumidor não pode ter o povo com fome e sem renda”.
Em 2022 não haverá "Carta ao povo brasileiro", pois, na visão do partido, essa eleição é mais ideológica que política. Desta vez, Gleisi afirma que o partido tem que dizer claramente o seu ponto de vista sobre a economia, mesmo que isso assuste potenciais aliados, como Geraldo Alckmin, ventilado como vice ideal para Lula.
“Ele conhece o que pensamos e o que defendemos, nunca escondemos nossas posições", reforça Gleisi.