O ex-presidente Lula, líder das intenções de voto para as eleições de 2022 , participou de uma reunião nesta terça-feira (11) com dirigentes de seis centrais sindicais na sede da Fundação Perseu Abramo, de onde assistiram à apresentação virtual do ministro da Inclusão, Migrações e Seguridade Social, José Luis Escrivá, sobre a experiência espanhola com a reforma trabalhista que serviu de inspiração para o texto implementado por Michel Temer em 2017.
Para Lula, a iniciativa reduziu a massa salarial dos trabalhadores brasileiros, mas, segundo o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre, Lula nem mencionou a hipótese de revogação da reforma trabalhista de 2017, informa a Folha de São Paulo.
Na Espanha, o texto passa por uma "contrarreforma". No Brasil, Lula fala que, se eleito, pretende garantir mais direitos para os trabalhadores de aplicativos, como motoristas e entregadores.
Outro participante do evento, Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse que Lula defendeu a retomada do emprego com mão de obra qualificada para aumentar a massa salaria.
Presidente da intersindical, Edson Carneiro Índio, contou à Folha que Lula disse que "para alguns setores da economia, até a Lei Áurea seria revogada no Brasil".
Os integrantes do governo espanhol fizeram a apresentação pautada em "políticas econômicas para uma sociedade mais justa e inclusiva".
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"É uma mentira que a competitividade de um país seja conseguida reduzindo salários. Se consegue com salários melhores combinados com a qualificação da mão de obra", disse o ministro da Inclusão, Migrações e Seguridade Social, José Luis Escrivá.
Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores, disse em entrevista ao blog da Malu Gaspar que se o ex-presidente Lula vencer as eleições deste ano não ouvirá "mimimi" do mercado e revogará a lei que instituiu o teto de gastos em 2016. O petista ainda não apresentou o candidato a ministro da Economia, mas quer alguém com perfil empresarial e não um "guru" que acalme o mercado.