A gestão Jair Bolsonaro (PL) estuda a possibilidade de elevar o salário máximo de um delegado da Polícia Federal (PF) para o teto do funcionalismo público, atualmente em R$ 39.293,92 — mesmo valor que recebe um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Atualmente, esses profissionais ganham entre R$ 23.693 e R$ 30.937. Com o reajuste, os vencimentos ficariam de R$ 28.889 a R$ 39.293 — isto é, 27% a mais. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
Os valores, entretanto, ainda não foram definidos, o que deve acontecer somente em janeiro. O aumento vai depender dos recursos disponibilizados no Orçamento de 2022. O Ministério da Economia chegou a pedir ao Congresso Nacional uma reserva de R$ 2,8 bilhões,
mas o texto aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) na última terça-feira (21) inclui um reajuste de R$ 1,9 bilhão.
Por isso, o governo deve agora analisar o que cabe nesse espaço.
O pedido foi feito diretamente por Bolsonaro, após a proposta enfrentar resistência do relator do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ). Isso porque os agentes de segurança pública compõem a base eleitoral do presidente, que deve tentar a reeleição no ano que vem. Segundo uma pesquisa do Datafolha, ele aparece em segundo lugar nas intenções de voto, com 22%, contra os 48% do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), seu maior oponente.
O último reajuste salarial dos policiais federais foi concedido no início de 2019, através de uma lei aprovada ainda no governo Temer (MDB). O novo aumento, no entanto, tem gerado protestos por parte de outros setores do funcionalismo público, como na Receita Federal. Auditores fiscais e analistas tributários têm pedido exoneração de seus cargos, após cortes de recursos no órgão.