Lira cobra "solução" no Orçamento para aumentar fundo eleitoral
O presidente da Câmara ressaltou que é 'demagogia' alguém dizer que não terá financiamento público de campanha porque o privado foi proibido no país
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse neste domingo que se o veto do presidente Jair Bolsonaro sobre os recursos direcionados para o fundo eleitoral em 2022 for mantido, o Congresso deverá procurar uma solução dentro do Orçamento.
"Esse veto está em discussão. Se ele for mantido, nós teremos que encontrar uma solução dentro Orçamento, se ele for derrubado, ele vigorará já para eleição de 2022 não precisando de nenhuma outra situação de colocar no Orçamento", disse em entrevista para a GloboNews.
Lira disse que deputados e senadores estão discutindo a questão e devem votar nesta semana. O Congresso aprovou um valor estimado de R$ 5,7 bilhões para o fundo eleitoral em 2022, trecho vetado por Bolsonaro.
"É muita demagogia qualquer um chegar aqui e dizer que nós não vamos ter fundo eleitoral público para financiamento das campanhas, todos sabemos que o financiamento privado foi proibido no Brasil", disse.
Emendas de relator
Lira defendeu as emendas de relator, chamadas de ‘orçamento secreto’ , como uma maneira de atender regiões com pouca visibilidade
"São quase 600 parlamentares que vão e voltam todas as semanas dos seus estados, lá na paróquia mesmo, no pequeno lugar, pequeno povoado, onde a atenção do poder público de Brasília, de um ministro só, uma Presidência da República só, não tem a percepção da grandeza dos problemas que o Brasil enfrenta, do Brasil real", disse.
Segundo ele, o Congresso tem enfrentado dificuldades para atender as exigências da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, de dizer quem indicou as emendas pagas neste ano porque antes não havia essa previsão.
"Nunca faltou transparência no andamento, mas esse pré-requisito de saber quem o relator- geral ouviu, que bancada ouviu, que partido ouviu, que entidade, que hospital, isso não existia essa previsão legal", explicou.