Black Friday: vale mais a pena comprar online ou na loja física?
Lorena Amaro
Black Friday: vale mais a pena comprar online ou na loja física?

No ano passado, o e-commerce foi o principal canal de vendas na Black Friday, quando a pandemia estava em seu pior momento e a circulação era restrita.

Neste ano, no entanto, com o avanço da vacinação, haverá mais pessoas nas lojas físicas e uma dúvida no ar: qual será o canal mais usado?

Hoje é o primeiro grande evento do comércio brasileiro do “novo normal”, agora em modelo híbrido, que vai misturar vendas on-line e físicas simultâneas e em grande volume.

Diferentemente do dia a dia em que é possível remanejar estoques com mais tempo, hoje as redes varejistas terão um termômetro do Natal e das próximas grandes datas comerciais.

Estoques preparados

Não é possível precisar com exatidão quais produtos vão ser mais vendidos por canal, mas as empresas investiram para mapear o comportamento do consumidor e, assim, distribuir estoque, equipes e logística.

Mesmo com campanhas que começaram há quase um mês, as companhias desenvolvem um esquema tático robusto para 2021.

A Via, detentora das marcas Casas Bahia e Ponto, reforçou a equipe com 1.200 pessoas para o fim do ano e passou de 27 para 30 centros de distribuição no último ano.

Também investiu em tecnologia para otimizar processos e identificar onde determinados produtos têm mais consumo para melhor distribuição, conforme explica o diretor-executivo de Logística da Via, Fernando Gasparini:

"A gente vem observando penetração dos canais ao longo do ano. O digital é maioria, mas não conseguimos precisar onde o cliente vai comprar. De fato, é uma novidade."

Incerteza ainda reina

Quanto aos estoques, Gasparini diz que não há mais problemas como no ano passado quando houve uma falta generalizada de produtos por falta de insumos no mercado global. Itens de alta tecnologia, como celulares, no entanto, ainda não voltaram aos patamares anteriores à pandemia. Por via das dúvidas, a empresa já garantiu o estoque do Natal.

"O grau de incerteza está muito grande. Ano passado era de tudo ser digital. Este ano é de ser digital com físico. Por isso, em logística tem que sempre ter processos de tecnologia para corrigir o mais rápido qualquer erro", explica Gasparini.

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O Magalu também apostou suas fichas neste fim de ano. Foram contratados 250 colaboradores para a área de tecnologia e quatro mil para a logística, além de admissões em lojas físicas.

"Nós não vamos aumentar consideravelmente nosso prazo de entrega e faremos até algumas no mesmo dia. Nós estamos com estoques garantidos para a Black Friday e para o fim do ano, pois nos programamos com antecedência", conta Luís Fernando Kfouri, diretor de operações logísticas do Magalu.

A estratégia da empresa de Luiza Trajano abrange ainda mudanças na malha logística, que passou de 63 centros de distribuição, hubs e bases em novembro de 2020 para mais de 200 neste ano, em todo o Brasil.

"O Magalu também conta com apoio de alta tecnologia e inteligência artificial, com ferramentas de análise de consumo e comportamento do cliente por geolocalização, o que permite um mapeamento mais preciso a respeito da quantidade de estoque de um determinado produto em uma determinada região. Graças a esse modelo de gerenciamento, os produtos mais vendidos em cada unidade são despachados diariamente", acrescenta Kfouri.

A Americanas também faz o mapeamento entre e-commerce e lojas físicas ao longo do ano para saber como distribuir seus produtos. A companhia fechou setembro deste ano com um estoque 38% maior do que o ano anterior e ampliou as soluções logísticas para os parceiros. São mais de 800 pontos físicos multisserviços que irão funcionar como ponto de postagem dos parceiros da companhia ou para coleta produtos pelos clientes.

Já a rede de materiais de construção Chatuba começou o planejamento há três meses e reforçou os estoques de todas as lojas. Segundo Dalva Sousa, presidente da empresa, as unidades são abastecidas diariamente, tanto pelas fábricas como pelo centro de distribuição.

"Negociamos com fornecedores em praticamente todas as categorias, como porcelanatos, material elétrico, material hidráulico e produtos de acabamento. Acreditamos que esse reforço de estoque realizado previamente com os contratos de abastecimento com as fábricas suportará muito bem esse importante período", diz Dalva.

Start-ups

Seguindo o mercado, o GPA, das redes Pão de Açúcar e Extra, acelerou seus investimentos em tecnologia e logística. Entre as iniciativas, aprimoramento de softwares de gestão dos centros de distribuição da logística dos caminhões e adesão a um sistema que permite alertas em tempo real de todas as etapas, mitigando riscos na operação.

"A companhia também vem fazendo parcerias com start-ups para aprimorar ainda mais o processo. Uma delas foi com a Intelipost, que desenvolveu uma plataforma cloud para gerenciamento de entregas. Por meio dela, é possível definir a melhor transportadora para cada envio e executar os processos de maneira ainda mais rápida e com altos níveis de produtividade", destaca Leonardo Pelloso, diretor de Logística e Excelência Operacional do GPA.


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