IPCA-15: prévia da inflação ficou em 1,17% em novembro, maior desde 2002
Com o resultado, o indicador tem alta acumulada de 9,57% no ano e de 10,73% nos últimos 12 meses
Puxado pela alta dos combustíveis, a prévia da inflação oficial veio acima do esperado pelos analistas e subiu 1,17% no mês de novembro. É a maior alta para o mês desde 2002.
Com o resultado, o indicador tem alta acumulada de 9,57% no ano e de 10,73% nos últimos 12 meses. Os dados são do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira.
Analistas ouvidos pela Reuters esperavam alta de 1,10% no mês. Em outubro, o IPCA-15 registrou avanço de 1,20%, a maior taxa para aquele mês desde 1995.
Gasolina acumula alta de 48% em 12 meses
Todos os nove grupos pesquisados apresentaram alta na passagem de outubro para novembro. O maior impacto veio do grupo Transportes, que subiu 2,89% e obteve impacto de 0,61 ponto percentual na variação mensal entre os grupos analisados.
O resultado foi influenciado pela alta da gasolina, que subiu 6,62% em novembro e teve o maior impacto individual no índice, com alta de 0,40 ponto percentual.
Outro destaque nos transportes foi o item transporte por aplicativo, que subiu 16,23% em novembro, após alta de 11,60% em outubro.
Por outro lado, houve redução nos preços das passagens aéreas com queda de 6,34%, após duas altas seguidas em setembro e outubro, de 28,76% e 34,35%, respectivamente.
Inflação em dois dígitos em 2021
Com as pressões altistas persistentes impactando o índice de inflação, economistas já projetam que o indicador encerre o ano de 2021 em dois dígitos - algo que não ocorre desde 2016.
Se confirmado, o resultado tende a ficar perto do dobro do teto da meta de inflação (5,25%) estipulada para este ano pelo Banco Central.
O Banco Central tem como meta de inflação 3,75% em 2021, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p) para cima ou para baixo, ou seja de 2,25% a 5,25%.
Desde o resultado da inflação de outubro, que veio acima das expectativas do mercado, economistas têm avaliado que o cenário pode exigir que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aprofunde o ritmo de elevação da taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião, que acontece entre os dias 7 e 8 de dezembro.
Nas últimas semanas, o mercado tem revisado suas projeções para o IPCA neste e no próximo ano.