PEC dos Precatórios: número de votos a favor será maior no 2º turno, diz Lira
Presidente da Câmara também comentou sobre as especulações de que ele teria usado emendas parlamentares para conseguir apoio e sobre a possibilidade de o Auxílio Brasil ser menor do que os R$ 400 previstos pelo governo
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta sexta-feira (5) que acredita que o número de votos a favor da PEC dos Precatórios deverá ser maior no segundo turno. O texto avançou na Casa, com 312 votos favoráveis
, após a primeira votação.
“Eu dificilmente acho que a votação irá refluir para menor”, disse Lira em entrevista à CNN Brasil . "Não perdemos o primeiro turno e vamos ganhar o segundo turno, com ajuda de todos partidos que votaram. Não acredito em mudanças radicais porque não houve falta de conhecimento de texto”.
“Nós vamos manter e aumentar [o número de votos a favor], porque votamos esse primeiro turno somente com 456 de 513 deputados [presentes]. Muitos virão na próxima semana, vamos aumentar o quórum e, lógico, a perspectiva de voto a favor”, continuou o parlamentar.
Emendas parlamentares
Arthur Lira também chamou de "mentirosas" e "vis" as especulações de que ele teria usado emendas parlamentares para conseguir apoio à PEC dos Precatórios . Analistas do mercado financeiro vinham apontando que uma revisão da atual regra do teto de gastos, prevista na emenda constitucional, abriria mais espaço para as emendas.
“São 513 deputados, são 28 partidos. Não é fácil você levar uma votação sem fazer acordos”, afirmou o presidente da Câmara.
Mesmo com a negativa de Lira, uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que o governo Bolsonaro liberou cerca de R$ 900 milhões em emendas de relator para os parlamentares , às vésperas da votação da PEC.
Auxílio Brasil de R$ 400
Arthur Lira ainda comentou sobre a possibilidade de o benefício do Auxílio Brasil ser menor do que os R$ 400 prometidos pelo governo. “Quem fica jogando com essa instabilização de valores é sempre a oposição, que pagou R$ 190 [no Bolsa Família], mas quando vai para as discussão quer R$ 600, R$ 700, R$ 1000, o que inviabilizaria qualquer programa”, alfinetou.
“Todos sabemos que o problema do Brasil não é financeiro. A arrecadação este ano vai crescer mais de R$ 250 bilhões, mesmo a gente tendo gastado mais de R$ 700 bilhões no ano passado fora do teto – autorizados pela PEC da guerra. Nosso problema não é financeiro, não faltam recursos. Nosso problema é justamente orçamentário. O pagamento dos precatórios, dentro do Teto, como prevê a Lei do Teto de Gastos, ele engessa a máquina do estado", explicou ele.