Debandada na Economia: da equipe original de Guedes, só resta Carlos da Costa

Mercado afirmava que era 'dream team' liberal. Secretário de Produtividade já foi alvo de fritura

Carlos da Costa, secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Carlos da Costa, secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia

Após nova debandada no Ministério da Economia , sobrou apenas um secretário da equipe original montada por Paulo Guedes: é Carlos da Costa, que ocupa a função de secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade.

A formação da equipe de Guedes foi celebrada pelo mercado, que considerava um "dream team" liberal. Mas várias baixas foram ocorrendo ao longo da gestão Bolsonaro e agora só restou Costa da equipe original. Ele mesmo é alvo de frituras e já esteve ameaçado no cargo.

Guedes e Costa tiveram alguns desentendimentos recentes. O ministro também promoveu mudanças na estrutrua da secretaria, como a promoção de Jorge Lima para a função de assessor especial, o que foi visto como um esvaziamento da estrutura comandada por Costa.

Com o clima azedo, a avaliação de muitos interlocutores do ministro é de que Costa está na corda-bamba. Apesar disso, ele costuma ser enfático ao dizer que isso não passa de boato e que não deve deixar o posto.

Nova debandada

Nesta quinta-feira (21), saíram da pasta chefiada por Guedes o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt.

A decisão de ambos é de ordem pessoal, disse a pasta. Ambos saem após o governo decidir gastar fora do teto de gastos para pagar o Auxílio Brasil.

A secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também pediram exoneração de seus cargos, por razões pessoais.

Oficialmente, o Ministério da Economia nega que as saídas tenham relação com a 'licença para gastar' dada por Guedes na negociação pelo Auxílio Brasil . Na prática, a proposta fere o teto de gastos públicos, e o governo tenta diminuir a crise provocada, que gera forte reação negativa de investidores e técnicos da Economia.