Guedes e Onyx se estranham por solução do Auxílio Brasil
Ministro do Trabalho se colocou à favor de furar teto de gastos para bancar reajuste do novo Bolsa Família, enquanto Guedes rechaça possibilidade
Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Trabalho, Onyx Lorenzoni, voltaram a se estranhar pelos corredores do Palácio do Planalto. A informação é o jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Desafetos no começo do governo Bolsonaro, Onyx e Guedes divergem sobre o reajuste do Auxílio Brasil, programa social que substituirá o Bolsa Família em 2022. Em busca de apoio para o presidente nas eleições de 2022, o governo tenta aumentar as parcelas do programa e o número de beneficiários para o próximo ano.
No entanto, Guedes diz que o reajuste só será possível com a aprovação da PEC dos Precatórios e da reforma do Imposto de Renda, ambas em análise no Congresso Nacional. O ministro sempre ressaltou não querer ultrapassar o teto de gastos para reajustar programas sociais e isso tem causado estranheza com outros ministros de Bolsonaro.
Onyx Lorenzoni, mais alinhado com ala política, defende que o novo Bolsa Família deve sair do papel de qualquer jeito, mesmo que ultrapasse o teto de gastos. Onyx considera as mesmos moldes de gastos do auxílio emergencial, contabilizado fora do teto.
Guedes e Onyx, além de desafetos em 2019, protagonizaram outra polêmica neste ano. Para dar espaço a Lorenzoni, Bolsonaro dividiu a pasta de Paulo Guedes e tirou o comando do trabalho e previdência - pasta com maior dinheiro da União - das mãos de Guedes. O ministro, embora tenha aceitado, não gostou de ter seu ministério dividido o que, na época, aumentou a tensão no Palácio do Planalto.