Pandora Papers, projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), revelou celebridades e políticos que mantêm conta no exterior e empresas offshore. Confira →
O ministro da Economia, Paulo Guedes, é dono da offshore Dreadnoughts International, nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal situado no Caribe. Ele abriu o negócio em setembro de 2014 às vésperas da eleição vencida por Dilma Rousseff (PT). Apesar de não ser ilegal, pode configurar conflito de interesses.
A cantora colombiana aparece na lista com três negócios registrados nas Ilhas Virgens Britânicas. As empresas são a Light Productions Limited, a Light Tours Limited e a Titania Management Inc. Todas abertas em abril de 2019. A equipe da artista negou qualquer irregularidade: "Questão puramente operacional e comercial".
Foram encontradas no nome do monarca três mansões à beira-mar em Malibu (Califórnia) compradas por meio de três empresas offshore por US$ 68 milhões nos anos seguintes à Primavera Árabe, quando os jordanianos encheram as ruas em protesto contra o desemprego e a corrupção.
Além de Paulo Guedes, outra autoridade envolvida no caso Pandora Papers é o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Nos documentos a que o ICIJ teve acesso, ele consta como dono da Cor Assets S.A., uma offshore localizada no Panamá, outro paraíso fiscal.
Isso porque ele criou sua offshore em 2004, com capital de 1,09 milhão de dólares - o valor equivalia a 3,3 milhões de reais na época e, hoje, vale 5,8 milhões na moeda brasileira -, mas encerrou a empresa no ano passado, com aprovação dos acionistas em 12 de agosto e registro da ata dois meses depois.
O PM checo, eleito na onda populista, comprou uma mansão avaliada em 22 milhões de dólares por meio de uma empresa offshore. Ele vende-se como "homem do povo" e até plagiou o slogan do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump: "Vamos fazer o povo checo grande de novos".
Lasso é um empresário conservador e ex-diretor do Banco de Guayaquil, um dos maiores do país. O agora presidente conta como dono de 14 empresas financeiras opacas nos Estados Unidos e no Panamá, como agora revelam os Pandora Papers. Atualmente, 10 das 14 empresas estão inativas