Reforma do IR não deve ser votada em outubro, diz Pacheco

Presidente do Senado disse que discussões públicas sobre o assunto serão realizadas e não descartou a reprovação da proposta no modelo atual

Rodrigo Pacheco não prometeu aprovação da reforma do IR na forma que está
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Rodrigo Pacheco não prometeu aprovação da reforma do IR na forma que está

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta sexta-feira (01) que a reforma do Imposto de Renda não deve ser votada até outubro pela Casa. Segundo Pacheco, será necessária a realização de audiências públicas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) antes de colocar a proposta em plenário.

O Palácio do Planalto tem pressionado congressistas a agilizar a tramitação da proposta e acreditava na aprovação da matéria até o começo da segunda quinzena de outubro. Nesta sexta, o ministro da Economia cobrou ajuda do Congresso Nacional na aprovação da proposta e disse que o novo Bolsa Família dependerá do IR e dos precatórios.

"Acho difícil IR chegar ao plenário ainda em outubro, mas vamos trabalhar por isso, mas ainda há o amadurecimento na Comissão de Assuntos Econômicos, não é uma tarefa fácil", disse Pacheco, em entrevista à Rádio Gaúcha.

Rodrigo Pacheco também não deu certeza da aprovação da proposta da forma de que está. O senador prevê diversas alterações e possibilidade de devolver o texto à Câmara, caso a medida seja aprovada pelos senadores.

Entretanto, o relator da proposta, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), afirmou que a proposta só deve ser colocada em plenário em 2022. O parlamentar disse acreditar que a votação em outubro ficará apenas na promessa, pois há pouco tempo para estudar e analisar propostas de senadores e especialistas.

Em entrevista, o presidente do Senado voltou a dizer que vê risco em condicionar o Auxílio Brasil aos precatórios e a reforma do IR. O novo programa, que substituirá o Bolsa Família em 2022, deve ser reajustado para R$ 300 por mês, além de acrescentar cerca de 4 milhões de beneficiários.

"Tenho buscado alternativas porque acho temerário apostar todas as fichas projeto social tão importante em um projeto que sequer foi aprovado ainda", disse.