Isenção do Imposto de Renda pode chegar a R$ 5 mil no Senado
Relator da reforma quer elevar a faixa de pessoas que não pagam o imposto
O senador responsável por elaborar o texto da Reforma do Imposto de renda, Angelo Coronel, quer elevar a faixa de isenção da proposta para R$ 5 mil por mês. Com isso, seriam 25 milhões de pessoas contempladas pelo benefício, afirmou ele em entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo.
Hoje, o limite é R$ 1.903,98. Na reforma do ministro da Economia Paulo Guedes, passaria para R$ 2.500, mas o senador quer dobrar o valor.
"Espero emplacar e aumentar a faixa de isenção até R$ 5 mil por mês. Sairíamos de 16 milhões de pessoas que estão até a faixa de R$ 2,5 mil para em torno de 25 milhões. A mudança aprovada na Câmara é muito pequena. Há casos em que a pessoa tem uma economia de R$ 7 por mês. É praticamente insignificante", disse.
O relator pretende entregar o parecer até o início de novembro à Comissão de Assuntos Econômicos da Casa, onde seria analisada antes de ir ao Plenário. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou nesta terça-feira (28) que propostas de natureza tributária devem ser apreciadas "o mais rapidamente possível".
O relator concorda com a necessidade de acelerar a medida e não vê dificuldade para aprovação rápida da proposta.
"Na questão do Imposto de Renda, tem a anualidade, para entrar em vigor em 2022 tem de aprovar até o fim deste ano. Teremos tempo folgado para ser pautado, aprovado e ainda ir para a Câmara referendar, ou não, as mudanças do Senado", disse Angelo Coronel.
A reforma, junto com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) são os 'trunfos' da equipe econômica para retomar o crescimento do país, que ficou estagnado no segundo trimestre do ano.
Paulo Guedes disse nesta terça que o mercado irá se “acalmar” com a aprovação da PEC dos Precatórios e da reforma do Imposto de Renda. Segundo ele, há um temor de falta de compromisso fiscal.
"São pequenas coisas que precisamos fazer, mas são urgentes. O medo do mercado é que haja uma falta de compromisso fiscal. O medo do mercado é que as eleições vêm aí e as pessoas ficam alucinadas em vésperas de eleição. Todo mundo fica nervoso, quer ganhar voto, gastar dinheiro. Isso pode ser o caminho de uma derrota eleitoral", afirmou, em evento de dirigentes lojistas.
A PEC dos Precatórios e o Imposto de Renda é necessário para abrir espaço no Orçamento para o novo programa social, chamado de Auxílio Brasil.