A inflação que beira dois dígitos pode colocar em risco o aumento do Bolsa Família, que passaria a se chamar Auxílio Brasil, mesmo com a solução dos precatórios. Isso porque despesas públicas, como aposentadorias e pensões, são corrigidas pela inflação e ameaçam espaço no Orçamento.
O Auxílio Brasil custaria R$ 18 bilhões a mais que o atual programa. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) abriria R$ 33,5 bilhões no Orçamento de 2022.
Segundo cálculo do Ibre FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) divulgado pela Folha de São Paulo, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) deverá terminar o ano em 9,1%, no entanto, o governo prevê 6,2% no projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).
Nesse cenário, o projeto de Orçamento precisa ser ajustado, prevendo um aumento nos gastos do governo de quase R$ 23 bilhões. O que consumiria boa parte da verba obtida com a PEC.
Ou seja, da folga no Orçamento após o adiamento de precatórios sobrariam R$ 10,5 bilhões, pensando no aumento para R$ 34,7 bilhões, sendo qu o governo espera alcançar R$ 53 bilhões.