Campos Neto promete que BC vai
Reprodução: iG Minas Gerais
Campos Neto promete que BC vai "fazer o que for preciso" para reduzir inflação

Faltando uma semana para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a dizer que vai fazer o que for necessário para atingir a meta de inflação.

Em evento nesta terça-feira, Campos Neto explicou que isso significa que a taxa básica de juros, a Selic, será elevada até o patamar necessário. Atualmente, a taxa está em 5,25% ao ano e a sinalização do BC é que deve subir mais 1 ponto percentual na próxima reunião.

"Quando a gente fala que vai fazer o que precisa ser feito para atingir meta de inflação, significa que a gente vai levar a Selic para onde precisar para atingir esse processo, mas não significa que vai alterar o plano de voo a cada número que saia em alta frequência, é importante passar essa mensagem", disse Campos Neto

As expectativas de inflação para 2021 e 2022 vêm subindo nas últimas semanas. Segundo o relatório Focus, que reúne as projeções de mercado, o IPCA deve ficar em 8% este ano e 4,03% no próximo. Se concretizado, ambos estariam acima das metas de inflação, de 3,75% e 3,5%, respectivamente.

Campos Neto explicou que a inflação sofreu sucessivos choques nos últimos meses, como o preço dos commodities e, mais recentemente, da crise hídrica, que afetou os preços de energia.

Segundo ele, a parte de energia inclui os preços de petróleo e etanol que também tiveram impacto da desvalorização cambial, que fez com que o preço de commodities em reais tivesse efeito maior no país.

"A parte de passar esse preço de commodities para o preço interno no Brasil, o mecanismo é um pouco mais rápido, lembrando que a Petrobras, por exemplo, passa preços muito mais rápido do que a grande parte dos outros países, a gente tem olhado isso também."

Campos Neto também voltou a dizer que o pano de fundo fiscal é melhor do que o esperado no início da pandemia, mas ressaltou que há ruídos porque o mercado percebe um risco fiscal atrelado ao processo eleitoral.

"Tem um ruído atrelado ao fato de que vários programas que o governo tem feito, existe uma percepção por parte do mercado que esses programas estão associados a uma intenção de fazer um Bolsa Família que está ligado ao processo eleitoral. A gente entende que quando for virada a página esse tema, que deve acontecer em breve, as pessoas vão focar um pouco mais no pano de fundo", disse.

Nas últimas semanas, o governo tem discutido uma solução para abrir espaço no Orçamento para a criação do Auxílio Brasil, que deve substituir o Bolsa Família. Entre os pontos debatidos, está a questão do pagamento dos precatórios, que causou incerteza no mercado e ainda está sem solução.

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