Diante do agravamento da crise hídrica, o governo decidiu autorizar a contratação adicional de energia por meio de processo simplificado. A decisão foi chancelada nesta quinta-feira pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG). De acordo com Christiano Vieira, secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), a situação dos reservatórios hidrelétricos, com cerca de 28% da capacidade, requer atenção.
O secretário participou do programa Voz do Brasil e foi questionaro se o governo já pensa em adotar novas medidas para o enfrentamento da crise hídrica. Vieira destacou que a reunião da CREG já estava buscando alternativas para o atendimento de 2022.
Ele destacou a sinalização para que haja contratação de energia adicional em processos simplificados para que haja mais segurança na oferta de energia à população:
"No fim de novembro, os reservatórios estão em níveis muito baixos e não podemos só contar com chuvas acima da média", disse.
Ele destacou que foi diante desse cenários que a câmara tomou a decisão de flexibilizar as contratações:
"Já há uma sinalização para que haja uma contratação de energia adicional e processos simplificados, para que tenhamos mais segurança também na transição de 2021 para 2022".
Reservatórios baixos viram apelo para consumo consciente
Vieira destacou que a atual situação, em que o nível dos reservatórios bate em 28%, requer muita atenção.
"É como uma caixa d'água, que 70% dela está vazia. É uma situação que requer muita atenção. Nós temos mais dois meses pela frente, então temos o final de setembro, outubro e novembro até a caracterização da próxima edição úmida", declarou.
Para o secretário, o consumo consciente de energia é uma contribuição efetiva que todos os consumidores podem dar neste momento, com gestos simples:
Você viu?
"Toda economia é bem-vinda."
O MME lançou, nesta quinta-feira, uma cartilha com dicas de economia de energia elétrica para os consumidores.
Vieira citou, como exemplos de "gestos simples" que são fundamentais neste momento utilizar melhor a luz solar, com a redução da iluminação quando não for necessário e o uso eficiente de chuveiros elétricos, com diminuição do tempo do banho e da temperatura da água.
Disse que o ferro elétrico é um vilão do consumo de energia e recomendou o desligamento do ar condicionado em ambientes sem a presença de pessoas.
"Milhões de família fazendo pequenos cuidados tem impacto significativo", disse.
Cenário preocupante
Durante a reunião da CREG, apresentação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) manteve o cenário de atenção, com projeção de poucas chuvas em montantes relevante para os próximos meses. “O assunto continuará a ser acompanhado de maneira permanente pela CREG, com o apoio do INMET, destacadamente para as bacias de interesse sob a ótica da geração hidrelétrica”, informou a Câmara em nota.
Além disso, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou atualizações a respeito das condições de atendimento e as perspectivas para os próximos meses. Esse documento, que será publicado ainda em setembro, trará resultados dos estudos sobre as condições de atendimento eletroenergético durante a transição do período seco para úmido neste ano e para 2022, com análises que vão até 2025.