As contas do governo federal registraram déficit de R$ 19,8 bilhões em julho, uma redução de 79,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O principal fator para a melhora nas contas foi o aumento da receita do governo.
Apesar do resultado melhor do que 2020, o déficit de julho foi o terceiro pior para o mês desde 1997. Os únicos anos com déficits maiores foram o ano passado, com R$ 87,9 bilhões e 2017, que registrou 20,2 bilhões.
Um déficit no governo acontece quando os gastos no governo superam as receitas com impostos. Foi essa a situação em julho, mesmo com aumento na receita do governo. Na comparação com o mesmo mês de 2020, a receita subiu de R$ 121,1 bilhões para R$ 167,2 bilhões, alta de 38,1% quando ajustado pela inflação.
Segundo o Tesouro, a elevação foi por conta da alta na arrecadação pela exploração de recursos da Participação Especial de Petróleo ou Gás Natural.
"A gente vê, por exemplo, a arrecadação decorrente da exploração de recursos naturais com crescimento bastante expressivo, e ai gente tem produção, questão de preço e taxa de câmbio", apontou o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt.
Entre os impostos que mais tiveram alta na arrecadação, o Imposto sobre Operações Financeiras e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido se destacam, com alta de 335,6% e 83,9%, respectivamente.
A receita mais relevante para o mês foi do Imposto de Renda, que arrecadou R$ 44,7 bilhões, 59,2% do que no mesmo mês de 2020 .
Do lado da despesa, a queda de 18,1% entre julho de 2020 e de 2021 se explica principalmente por conta da redução nos gastos em créditos extraordinários com a pandemia, o que inclui auxílio emergencial e o programa de manutenção do emprego.
O apoio financeiro para estados e municípios foi reduzido de R$ 19,9 bilhões em julho de 2020 para zero este ano, o que também contribuiu para a queda nos gastos do governo.
Na avaliação do Tesouro, as despesas obrigatórias estão em trajetória estável se excluídos os gastos com a crise da Covid-19.