Governo oferecerá descontos para residências que reduzirem consumo de energia
Medida acontece após Ministério de Minas e Energia anunciar descontos para empresas; governo diz que adesão será voluntária e termos da proposta ainda são desconhecidos
O Ministério de Minas e Energia anunciou nesta quarta-feira (25) que fará um programa com metas para redução do consumo de energia elétrica dos clientes residenciais e de pequenos comércios, que são atendidos pelas distribuidoras de energia elétrica. O programa não será obrigatório. Quem aderir, ganhará descontos nas contas de luz.
Os detalhes como a meta de redução do consumo não foram divulgados. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o programa irá começar a valer no dia 1º de setembro, mas os detalhes ainda serão informados. As medidas foram anunciadas por conta da pior seca na região das hidrelétricas em 91 anos.
O secretário de Energia Elétrica do MME, Christiano Vieira, disse que as metas de redução serão colocadas nas contas de luz.
"Está sendo estruturado o estabelecimento de metas de redução. Essa meta vai estar colocada na conta. O consumidor que voluntariamente atender a redução estipulada naquela meta vai ter dois benefícios. O primeiro é ter uma conta menor, porque reduziu o consumo. E o segundo benefício é uma premiação por ter reduzido o consumo conforme a meta, num momento em que o sistema está gastando muito recursos para atendê-lo", afirmou.
Para o secretário, até mesmo quem não aderir terá ganhos.
"Ganha o consumidor que reduziu e o que não reduziu também, porque o custo total do atendimento, na margem, é menor", disse.
O secretário afirmou que o programa pressupõe uma linha-base para identificar uma meta de redução de consumo.
"A partir dessa meta, haverá uma premiação para os consumidores que atingirem essa média (de redução). A ideia é premiar aqueles consumidores que tenham um esforço de reduzir a carga", afirmou.
O ministro de Minas e Energia afirmou que os meses de julho e agosto foram os piores períodos para o setor elétrico.
" Os meses de julho e agosto foram os piores meses da série histórica de monitoramento do setor, particularmente dos reservatórios do Sul e do SIN (Sistema Interligado Nacional) como um todo. Isso causa consequências para a gestão hidroenergética do nosso sistema", disse o ministro.
Albuquerque afirmou as previsões de chuva para as próximas semanas e até o fim do período seco também não são boas.
"As perspectivas para o futuro, em termos de precipitações, até o fim do período seco, não são boas. Permanecemos com perspectivas de menores precipitações até o fim do período seco, que é outubro", disse.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), disse que o orgão não está sendo pessimista nas previsões.
"Continuamos com uma situação bastante crítica. As perspectivas não são boas. Todos os cenários apresentam uma boa previsibilidade num horizonte de duas semanas, mas daí para frente a situação é bastante nebulosa", disse.
O Nordeste é a região com melhor situação, com destaque para as usinas de Três Marias e Sobradinho.