Guedes sugeriu investimentos para aumentar segurança da urna eletrônica
Fernanda Capelli
Guedes sugeriu investimentos para aumentar segurança da urna eletrônica

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a discussão sobre voto impresso deveria ser um “problema relativamente simples” em uma democracia como a brasileira, e que o presidente Jair Bolsonaro tem o direito de pedir por essa mudança. Bolsonaro insiste em descredenciar as urnas eletrônicas e chegou a ameaçar a não realização das eleições de 2022 caso seu desejo não fosse atendido. Guedes afirmou, por outro lado, que não se pode recusar a aceitar o resultado do pleito.

"Por que não pode botar R$ 2 bilhões e fazer uma urna um pouquinho mais segura? Quer dizer, devia ser um problema relativamente simples numa democracia como a nossa. Tem as urnas de primeira geração, tem as de segunda, pode ter de terceira. Ninguém pode ter nada contra um avanço tecnológico", afirmou durante evento voltado ao mercado financeiro.

Para Guedes, os dois extremos estão errados: tanto os que dizem que o sistema eleitoral está pronto e seguro quanto os que afirmam que não aceitarão resultados se não houver mudanças. Ele disse não ver problema em conversar sobre o assunto, e citou que políticos como Rodrigo Maia, Ciro Gomes e Aécio Neves já defenderam essas mudanças em outros momentos.

"Essas discussões políticas são normais. Por que nós vamos transformar isso numa crise institucional?", disse.

"O homem (o presidente Bolsonaro) tem sessenta milhões de votos, tem que ter o direito de falar assim: ‘pessoal, faz um urninha eletrônica aí’. Já que gasta R$ 200 bilhões aqui, R$ 100 bilhões naquilo, gasta. aí para fazer um negócio mais arrumado. É direito dele ou não? Agora, se não aceitar o resultado da eleição aí é outro papo, aí pode ter feito alguma coisa errada", concluiu.

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O ministro ciou os Estados Unidos como exemplo de país avançado e sofisticado, e onde não há urna eletrônica. A última eleição americana, em que o democrata Joe Biden venceu o republicano Donald Trump, foi marcada por denúncias de fraudes feitas pelo então presidente Trump e seus apoiadores. Não houve fraude durante o pleito.

Guedes acredita que essa é uma discussão normal da política e “não temos que transformar isso num script de golpe”.

O presidente Jair Bolsonaro passou os últimos meses fazendo afirmações vazias, sem apresentar qualquer tipo de prova, de que teria havido fraude nas eleições de 2018. Ele também afirmou reiteradas vezes que se não houvesse uma mudança no sistema, com a adoção de um modelo de voto impresso auditável, não reconheceria o resultado das eleições caso ele fosse o candidato derrotado. O atual modelo de urna eletrônica já é auditável.

Nessa empreitada, o presidente vem colecionando derrotas. Na Câmara dos deputados, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que instituiria o modelo de voto impresso na urna eletrônica foi rejeitada duas vezes, em comissão especial e no plenário.

Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu que ele fosse investigado por ter feito denúncias contra o sistema sem apresentar provas.

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