A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) emitiu uma nota rebatendo os dados de lucro do banco, divulgados na última quinta-feira (19). Segundo a Fenae, os índices financeiros alçados pela estatal no segundo trimestre se deve à "política de desinvestimentos" adotada pela atual gestão da empresa, entre elas à venda de ações e privatização de subsidiárias estratégicas.
Segundo a Caixa, o banco apresentou lucro líquido de R$ 6,3 bilhões no segundo semestre deste ano, alta de 144,7 % em relação ao mesmo período de 2020. Com o resultado, a estatal encerra o primeiro semestre com lucro de R$ 10,8 bilhões, maior valor já registrado pela Caixa.
“São resultados impulsionados, na verdade, pela venda de ativos do banco, que vai sendo esvaziado, desmontado, tendo o seu papel social comprometido em prejuízo aos brasileiros”, afirma o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
“Mais do que nunca, especialmente em um contexto de pandemia e grave crise econômica, é necessário preservar e reforçar a importância da Caixa para o Brasil”, acrescenta.
Segundo a entidade, a venda da Caixa Seguridade (R$ 3,3 bilhões) e do Banco Pan (1,9 bilhão) colaboraram para a alta nos lucros da empresa. Para Takemoto, os dados confirmam que o anúncio feito pelo banco só foi possível após vendas de subsidiárias necessárias para a população.
"Ou seja: os resultados se devem à venda de patrimônio público e não somente de operações do banco", afirma.
"A Caixa 100% pública comprova o quanto é imprescindível aos brasileiros e para o desenvolvimento do país; especialmente, durante toda a pandemia. Ela chega onde os bancos privados passam longe", destaca o presidente da Fenae.
O estudo feito pela federação ressalta que o número de demissões realizadas pelo banco também colaborou para atingir níveis recordes de lucro em 2021. Segundo informações da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), a Caixa Econômica Federal perdeu cerca de 20 mil empregados em sete anos e fechou o primeiro semestre de 2021 com 84 mil funcionários.
"É lamentável constatar o esforço do governo federal para o enfraquecimento do patrimônio público, com uma postura completamente avessa ao forte papel social que a Caixa representa para o Brasil", critica Fabiana Uehara, coordenadora da CEE/Caixa.
"Sabemos que por trás dos resultados alcançados pelo banco estão os esforços dos empregados, que se desdobram para dar conta de atender milhões de brasileiros", completou Sérgio Takemoto.