Concursos serão realizados após aprovação da reforma administrativa, diz Barros

Líder do governo na Câmara dos Deputados ainda prometeu revisão de estabilidade de servidores na proposta discutida no Congresso Nacional

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ricardo Barros afirmou que novos concursos públicos serão realizados mediante aprovação da reforma administrativa

O líder de governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas-PR), afirmou que novas contratações de servidores públicos só serão realizadas após a aprovação da reforma administrativa. A declaração foi dada em reunião com o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal de Minas Gerais (Sitraemg). 

No encontro, Barros se comprometeu com alterações no texto relatado pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA) e a segurança dos servidores públicos. A proposta é questionada por congressistas e sindicatos pela falta de estabilidade dos funcionários e a possibilidade de redução dos quadros funcionais. 

A medida ainda está em fase de discussões do relatório. A leitura do parecer de Maia deve ser marcada para fim deste mês. 

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e membros da base governista cobram agilidade na votação da proposta no plenário da Casa. Lira deve colocar a matéria em votação no mesmo dia da leitura do relatório de Arthur Maia. 

A reforma administrativa é uma das agendas econômicas prioritárias do governo federal para melhorar a eficiência dos cofres da União. Segundo o Ministério da Economia, se aprovada, a reforma ajudará a reduzir os gastos federais e possibilidade de maior destinação de verbas para programas sociais.

Especialistas, entretanto, questionam os argumentos da pasta, embora ressaltem a necessidade de mudanças na relação entre o poder público e servidores. Na visão de professores ouvidos pelo iG, a proposta deveria ser mais estruturada e discutida para também favorecer e dar segurança aos funcionários da União.

Protestos contra reforma administrativa

Servidores públicos foram às ruas em 19 estados e no Distrito Federal contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma administrativa nesta quarta-feira (18). Além disso, os manifestantes pedem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro e a volta do auxílio emergencial de R$ 600.

Também entrou na pauta dos protestos a "minirreforma trabalhista" no texto da Medida Provisória (MP) 1.045 , que regulamenta o programa de suspensão de contrato e redução de salário e jornada por mais 120 dias. Além disso, as entidades criticam a agenda de privatizações sem debate com a população.

Servidores e sindicatos de funcionários públicos de Alagoas realizaram uma manifestação em à casa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), contra a reforma administrativa. O ato faz parte de uma série de protestos realizados nesta semana contra a proposta em andamento no Congresso Nacional.

Os manifestantes se concentraram em frente ao prédio onde mora Lira, na orla da praia de Pajuçara, em Maceió, capital alagoana. O parlamentar, no entanto, está em Brasília e não acompanhou os protestos.