Concursos serão realizados após aprovação da reforma administrativa, diz Barros
Líder do governo na Câmara dos Deputados ainda prometeu revisão de estabilidade de servidores na proposta discutida no Congresso Nacional
O líder de governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas-PR), afirmou que novas contratações de servidores públicos só serão realizadas após a aprovação da reforma administrativa. A declaração foi dada em reunião com o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal de Minas Gerais (Sitraemg).
No encontro, Barros se comprometeu com alterações no texto relatado pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA) e a segurança dos servidores públicos. A proposta é questionada por congressistas e sindicatos pela falta de estabilidade dos funcionários e a possibilidade de redução dos quadros funcionais.
A medida ainda está em fase de discussões do relatório. A leitura do parecer de Maia deve ser marcada para fim deste mês.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e membros da base governista cobram agilidade na votação da proposta no plenário da Casa. Lira deve colocar a matéria em votação no mesmo dia da leitura do relatório de Arthur Maia.
A reforma administrativa é uma das agendas econômicas prioritárias do governo federal para melhorar a eficiência dos cofres da União. Segundo o Ministério da Economia, se aprovada, a reforma ajudará a reduzir os gastos federais e possibilidade de maior destinação de verbas para programas sociais.
Especialistas, entretanto, questionam os argumentos da pasta, embora ressaltem a necessidade de mudanças na relação entre o poder público e servidores. Na visão de professores ouvidos pelo iG, a proposta deveria ser mais estruturada e discutida para também favorecer e dar segurança aos funcionários da União.
Protestos contra reforma administrativa
Servidores públicos foram às ruas em 19 estados e no Distrito Federal contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma administrativa nesta quarta-feira (18). Além disso, os manifestantes pedem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro e a volta do auxílio emergencial de R$ 600.
Também entrou na pauta dos protestos a "minirreforma trabalhista" no texto da Medida Provisória (MP) 1.045 , que regulamenta o programa de suspensão de contrato e redução de salário e jornada por mais 120 dias. Além disso, as entidades criticam a agenda de privatizações sem debate com a população.
Servidores e sindicatos de funcionários públicos de Alagoas realizaram uma manifestação em à casa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), contra a reforma administrativa. O ato faz parte de uma série de protestos realizados nesta semana contra a proposta em andamento no Congresso Nacional.
Os manifestantes se concentraram em frente ao prédio onde mora Lira, na orla da praia de Pajuçara, em Maceió, capital alagoana. O parlamentar, no entanto, está em Brasília e não acompanhou os protestos.