Jovens aprendizes podem perder direitos com projeto do governo Bolsonaro
Se aprovada, nova lei vai eliminar benefícios do programa que auxilia jovens na entrada ao mercado de trabalho
Um projeto de lei do governo do presidente Jair Bolsonaro retira direitos dos participantes do programa Jovem Aprendiz. O projeto está prestes a ser votado na Câmara dos Deputados.
A nova lei mudaria a forma de contratação dos jovens que participam do programa. Atualmente, eles são contratados de acordo com a Lei do Aprendiz, de 2000, que determina que empresas médias e grandes reservem uma parte das vagas para jovens entre 14 e 24 anos. Esses têm direito a carga horária reduzida, benefícios e acesso a cursos profissionalizantes.
A Medida Provisória que está sendo dicutida criaria o Regime Especial de Trabalho Incentivado, Qualificação e Inclusão Produtiva (Requip). Com ele, o vínculo empregatício acabaria e a contribuição das empresas com a Previdência seria facultativa.
Com a aprovação, os participantes do Jovem Aprendiz teriam carga horária para o aprendizado reduzida de 400 para 180 horas anuais e ainda deixariam de receber salário com todos os direitos trabalhistas para receberem uma bolsa ou bônus - com isso, benefícios como vale-transporte seriam eliminados.
"Essa série de direitos e aprendizagens são essenciais para que a gente possa manter o jovem com direitos garantidos, não retrocedendo aos projetos que nós tínhamos antigamente, que entendia o jovem apenas como mão de obra, não como um sujeito de direito", disse Rennan Ferreira, coordenador do Fórum Nacional de Aprendizagem, em entrevista ao Jornal Nacional.