Em baixa nas pesquisas de intenção de voto, o presidente Jair Bolsonaro prepara medidas que façam sua popularidade decolar até 2022. Ao todo, as propostas somam R$ 67 bilhões, o equivalente a dois anos de Bolsa Família nos moldes atuais (R$ 34,858 bi por ano).
Segundo a Folha de São Paulo, entre as ideias do presidente estão:
- isenção para o diesel no próximo ano (R$ 26 bilhões, segundo Bolsonaro);
- a expansão no Bolsa Família (de ao menos R$ 25 bilhões, segundo Guedes);
- a reforma tributária (que subtrai R$ 7,7 bilhões de estados e municípios);
- o aumento no funcionalismo (que a equipe econômica tenta limitar a R$ 5 bilhões).
Em meio a isso, o governo federal prepara também uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para parcelar os precatórios. A dívida que atinge quase R$ 90 bilhões seria paga em nove anos para abrir espaço no Orçamento.
Ano que vem, a inflação pode dar uma certa folga no teto de gastos, isso porque o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de junho marcou 8,35% em 12 meses. O teto do ano seguinte deve sempre ser calculado pela inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior. Ou seja, se o governo conseguir reduzir o IPCA, pode ter uma "gordura" de R$ 124 bilhões no ano que vem.
Mesmo assim, economistas alertam que o ideal seria manter a rigidez fiscal, e não aumentar a percepção de risco país do mercado. Com o aumento do gasto público, a equipe econômica deve afastar investidores que ficam preocupados com o tamanho da proporção dívida/PIB.