Guedes critica dados de desemprego do IBGE: "idade da pedra lascada"
Ministro disse que métodos de pesquisa da Pnad Contínua são ultrapassados e defendeu o modelo usado pelo Ministério da Economia para dados empregatícios
O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o modelo usado para o levantamento de desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e voltou a afirmar que a oferta de emprego no Brasil está crescendo. De acordo com Guedes, o IBGE está "na idade da pedra lascada", após o instituto divulgar que 14,6% da população brasileira está desempregada.
Os dados apresentados nesta sexta-feira (30) contradizem as falas do Ministério da Economia sobre geração de empregos. Na quinta-feira (29), a pasta chefiada por Guedes divulgou informações do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) em que aponta a geração de 1,5 milhão de vagas de trabalho no primeiro semestre de 2021.
"Estamos gerando praticamente 1 milhão de empregos a cada três meses e meio. Vamos ter que rever, acelerar os procedimentos do IBGE, porque o IBGE ainda está na idade da pedra lascada", afirmou o ministro, em evento no Rio de Janeiro.
Segundo Guedes, os dados apurados pelo Caged levam em consideração informações oficiais enquanto o IBGE faz apuração pelo telefone. No caso dos dados do Ministério da Economia, as informações são prestadas pelas empresas que assinam a carteira de funcionários. Já a Pnad Contínua é mais abrangente e calcula o índice de desempregados somando brasileiros sem emprego e informais.
"Vamos acelerar o ritmo de criação de empregos com o bônus de inclusão produtiva e o bônus que incentiva a qualificação profissional. Vamos criar mais 2 milhões de empregos. Então, o IBGE está um pouquinho atrasado. Esta conta vai ter que convergir com o que está acontecendo", prometeu Guedes.
No entanto, o desafio na geração de empregos no pós-pandemia não será mais responsabilidade de Guedes nas próximas semanas. Para abrigar o Centrão no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro recriou o Ministério do Trabalho e Previdência, que será chefiada por Onys Lorenzoni. A transição, segundo o Ministério da Economia, deve continuar até o fim da próxima semana.