Desemprego atinge 14,6% da população e 34,7 milhões são informais, diz IBGE

Com flexibilização das medidas restritivas, mais de 14,8 milhões buscam emprego no país. Desalento permanece em patamar elevado

Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo
Desemprego atinge 32,9 milhões de brasileiros

Pouco mais de um ano após o início da pandemia, a crise no mercado de trabalho ainda custa a ceder. Dados da Pnad Contínua, divulgada nesta sexta-feira (30) pelo IBGE, mostram que falta trabalho para 32,9 milhões de brasileiros. É a chamada mão de obra "desperdiçada", pois engloba desocupação, subocupação e a desistência da procura por trabalho.

No trimestre encerrado em maio, a taxa de desemprego ficou em 14,6%. Isso significa que 14,8 milhões estavam em busca de uma vaga no período.

No trimestre encerrado em fevereiro, que serve de base de comparação, a taxa de desemprego estava em 14,4%, o que indica estabilidade. Haviam 14,4 milhões de desempregados no período.

Desemprego tende a subir

A crise do coronavírus ainda impossiblita muitos brasileiros de procurarem emprego. Por isso, o desalento - quando o trabalhador desiste de procurar uma vaga - ainda permanece em patamar elevado.

Economistas avaliam que, na medida em que a economia dá sinais de recuperação e a vacinação avance no país, a tendência é que mais trabalhadores se disponham a procurar um emprego, fazendo com que a taxa de desemprego suba, já que há um descompasso entre oferta e demanda de mão de obra.

Informalidade dispara

A taxa de informalidade vem subindo desde maio do ano passado, após o impacto inicial da pandemia. Atualmente o indicador já está em 40%, o equivalente a 34,7 milhões de informais de um total de 86,7 milhões de trabalhadores.

Antes da pandemia, em fevereiro do ano passado, a população ocupada informal beirava os 40,6%, o que equivale a cerca de 38 milhões de pessoas nesta posição num total de 94,4 milhões de trabalhadores.

A pesquisa indica que o emprego formal está demorando a reagir. O contingente de ocupados subiu em 809 mil, chegando a 86,7 milhões, puxado pela informalidade.

Houve avanço de 3% dos trabalhadores por conta própria, levando a taxa de informalidade a atingir 40%, o que equivale a 34,7 milhões de pessoas. É a única categoria profissional que cresceu no período.