O presidente Jair Bolsonaro
afirmou nesta quinta-feira (22) que a recriação do Ministério do Trabalho
servirá para dar 'certa descompressão' ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo Bolsonaro, Guedes abrigou diversas obrigações e concordou com a divisão da pasta.
"O Paulo Guedes tem um ministério enorme, ele agregou cinco ministérios no passado, quando assumiu. Um esforço enorme para manter aquele ministério funcionando. Ele mesmo concordou com a tirada dessa parte que é o antigo Ministério do Trabalho e da Previdência para passar a esse novo ministério", disse em entrevista à rádio Banda B, de Curitiba (PR).
"Dá uma certa descompressão no Paulo Guedes e deixa o Onyx Lorenzoni tratar dessa questão importantíssima que precisamos, sim, além de recuperar empregos, é buscar mais alternativas para atender os desassistidos", completou Bolsonaro.
A recriação do Ministério do Trabalho acontece em momento de pressão sobre o Palácio do Planalto para agradar o bloco do Centrão no Congresso Nacional. Com perda de apoio do Senado, Bolsonaro se viu obrigado a realizar alterações ministeriais, convidando Ciro Nogueira para assumir a Casa Civil e passar Luiz Eduardo Ramos para a Secretaria-Geral da Presidência.
Você viu?
Onyx Lorenzoni, atual ministro da Secretaria-Geral e forte aliado de Bolsonaro, deve assumir o novo ministério. Essa é a quarta pasta, em três anos, que Lorenzoni assume no governo de Jair Bolsonaro.
Pressão de congressistas
A volta do Ministério do Trabalho também era uma das demandas de deputados e senadores do Centrão. Congressistas pressionaram o Palácio do Planalto em meio as discussões sobre o Orçamento 2021 e os desentendimentos públicos com Paulo Guedes.
A tentativa de enfraquecer o ministro, no entanto, não surtiu efeito no primeiro momento. Guedes se manteve com o super-ministério, mas a relação com parlamentares foi afastada a ponto de Bolsonaro precisar assumir as negociações sobre as emendas parlamentares da peça orçamentária.
Guedes, inclusive, ameaçou deixar o Ministério da Economia caso houvesse a divisão da pasta, mas recuou. Segundo Jair Bolsonaro, a decisão de divisão da pasta nesta semana contou com o aval de Paulo Guedes, que teria indicado o próprio Onyx Lorenzoni para o cargo.