Uma pesquisa realizada pelo Atlas do Estado Brasileiro, do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), e divulgada pela Folha de São Paulo levantou os gastos extras nos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário entre 2000 e 2018
. Segundo o levantamento, foram mais de R$ 7 bilhões
pagos em salários acima do teto constitucional
de R$ 40,5 mil.
O salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) é considerado o teto do funcionalismo pela Constituição, no entanto, em extras e bonificações, a superelite do serviço público ultrapassa esse valor. Hoje, esse limite é de R$ 39,3 mil. Porém, um ministro pode receber R$ 43,3 mil em razão do abono permanência, pago quando se alcançam requisitos para aposentadoria e segue na ativa.
Se acordo com os pesquisadores, 2006 foi o ano em que mais se ultrapassou o teto. Foram pagos R$ 828,5 milhões excedentes para um total de 9.225 vínculos. A partir de 2010 houve uma redução brusca no custo médio dos supersalários. Em 2018, 1.248 vínculos receberam R$ 234,8 milhões acima da média de um integrante da corte.
Procurados pela reportagem da Folha, Justiça do Trabalho, Justiça Federal, PGR (Procuradoria-Geral da República), Senado e Câmara negaram realizar pagamentos acima do teto.
Em meio a debates sobre a reforma administrativa, o deputado Kim Kataguiri tenta passar uma emenda "anti privilégios". Ele já conseguiu o número necessário de assinaturas (171) para que o relator paute o debate.