O dólar furou o patamar de R$ 5 no pregão desta quarta-feira (16), na expectativa para as conclusões das reuniões de política monetária dos bancos centrais brasileiro e americano. Esta é a primeira vez que o dólar opera abaixo dos R$ 5,00 desde 10 de junho do ano passado .
Por volta de 13h, a moeda americana era negociada a R$ 4,99, baixa de 0,23%. No mesmo horário, o Ibovespa cedia 0,23%, aos 129.796 pontos.
Nos Estados Unidos, a expectativa é que o Federal Reserve mantenha a política de estímulos, apostando em um caráter transitório da inflação no país.
O anúncio de hoje vem acompanhado do resumo de projeções econômicas do Fed, pelo qual os agentes de mercado poderão ver quando o banco está enxergando a primeira alta nos juros básicos.
A perspectiva dos investidores é que a retirada de estímulos seja realizada a partir de 2023.
“A surpresa seria se o Fed optar por iniciar parte deste processo (retirada de estímulos) já no curto-prazo, o que poderia trazer algum tipo de reação mais negativa dos ativos de risco. Isso vale também para a eventual, porém improvável, retirada da sinalização de que a inflação corrente é transitória”, disse o CIO da Tag Investimentos, Dan Kawa, em blog.
No caso brasileiro, ocorre o oposto. O Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a Selic, hoje em 3,5%, em 0,75 ponto percentual , além de sinalizar um novo aumento na próxima reunião, com uma política mais agressiva em relação ao ajuste da inflação via juros.
“Esperamos uma abertura de viés neutro/positivo para ativos de risco locais, com o desempenho do mercado condicionado à agenda econômica externa ao longo do dia”, escreveram analistas da Guide Investimento, em nota matinal.
Ações
Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) subiam 0,20% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 0,21%.
As ordinárias da Vale (VALE3) cediam 2,21%. As empresas do setor de siderurgia não tinham bom desempenho, com os papéis ON da Siderúrgica Nacional (CSN3) caindo 3,44%e os PN da Usiminas (USIM5), com queda de 1,77%.
O movimento acontece em razão da queda do preço do minério de ferro no exterior.
Em um dia de definição sobre a medida provisória (MP), que abre caminho para a privatização da empresa, os ativos da Eletrobras tinham alta. O texto precisa ser votado até o dia 22, próxima terça-feira, para não perder a validade.
As ordinárias (ELET3) cediam 0,18% e as preferenciais (ELET6), 1,77%.