Em três décadas, a desigualdade racial aumentou a já elevada disparidade de renda brasileira. Este foi o resultado de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que aponta pouco avanço no combate à desigualdade salarial e racial no Brasil. Entre 1986 e 2019 , a desigualdade racial de renda no Brasil permaneceu praticamente estagnada.
O pesquisador e autor do trabalho, Rafael Osório, ressalta que a pouca elevação da renda da parcela negra da população pode ter sido por conta do aumento da autodeclaração entre os ricos. “A desigualdade racial de renda persiste sem abalos substantivos”, ressalta.
“A valorização da negritude e as políticas para a população negra, dissociadas do combate às desigualdades socioeconômicas e regionais que afetam a todos, não levarão a grandes reduções da desigualdade racial em poucas décadas”, adiciona Osório.
O estudo aponta que a renda média dos brancos permanece ao menos duas vezes maior do que a dos negros. Somente em 2014, quando a renda média dos brancos chegou a 24 dólares por dia, a renda média dos negros ultrapassou o mínimo histórico dos brancos, de 12 dólares em 1992, diz o Ipea.
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