Crise hídrica pode prejudicar retomada da economia, diz secretário de Guedes

Bruno Funchal respondeu a questionamentos dos senadores em comissão temporária da Covid-19

Foto: Edu Andrade/Ministério da Economia
Bruno Funcha, secretário especial da Fazenda


O secretário especial da Fazenda, Bruno Funchal, admitiu que a crise hídrica é um risco para a retomada da economia brasileira e pode pressionar a inflação em sessão da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado, nesta segunda-feira (31).

Ele comentava a relação entre economia e vacinação . Para Funchal, o crescimento econômico, a melhora fiscal e o avanço da vacinação estão intimamente conectados.

"A crise hídrica é um risco, e a gente não pode ignorar isso. É um risco que pode trazer repercussão na reaceleração da economia e na inflação. Bandeiras vermelhas podem impactar na inflação", afirmou.


O país está enfrentando a pior seca nas hidrelétricas da região Sudeste/Centro-Oeste em 91 anos, e o governo já se prepara para tomar medidas que garantam o suprimento de energia, como um leilão extra para contratação de termelétricas que não fazem parte do sistema de fornecimento de energia elétrica do país.

O objetivo é garantir o suprimento de eletricidade e afastar qualquer risco de racionamento no segundo semestre. São estudadas medidas de restrição à navegação por hidrovias e o uso de água para irrigação, para preservar os reservatórios.

Na última semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel ) decidiu aplicar a bandeira tarifária vermelha no segundo patamar, a mais alta desse mecanismo. Isso significa uma cobrança adicional de R$ 6,243 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Auxílio emergencial

Questionado sobre possibilidade de ampliar os recursos para o auxílio emergencial, Funchal ressaltou que o tamanho do pacote para este ano – com valor já aprovado de R$ 44 bilhões – corresponde ao que o governo pode gastar.

"(Os recursos para o auxílio emergencial,) eles podem ser insuficientes, mas é aquilo que é possível, é o máximo que a gente consegue fazer nesse momento. Ano passado, o gasto foi muito grande, eu acho que 10% do PIB. Esse ano não existe esse espaço pra fazer esse gasto", afirmou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes , vem afirmando que há possibilidade de estender o auxílio emergencial, caso essa seja uma necessidade imposta pela pandemia.