Conta de luz vai encarecer durante o ano devido a nova seca; entenda
Reservatórios do sudeste e centroeste tem o menor nível desde a seca histórica de 2015
As usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste terminaram o período de chuvas com o menor nível de água em seus reservatórios desde 2015, quando houve a pior seca da história do Brasil. A expectativa é que, assim como naquele ano, o consumidor pague um valor adicional em sua conta de luz até o fim do ano.
Os reservatórios das duas regiões, que são as maiores produtoras de energia do país, estão com 33,7% da sua capacidade. Em 10 de maio de 2015, o valor era de 34,6%. Isso fez com que a taxa extra na conta de luz vigorasse por 14 meses consecutivos, entre janeiro de 2015 e fevereiro de 2016.
Executivos do setor avaliam que o país só não entrou em racionamento em 2020 devido à queda de demanda decorrente da pandemia. O risco da falta de energia pode atrapalhar a retomada econômica caso a seca persista no próximo verão.
Na semana passada, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) autorizou o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) a utilizar todos os recursos disponíveis para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas, “sem limitação nos montantes e preços associados”.
Nesta segunda-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores que o problema vai dar “dor de cabeça” . “Só avisando, a maior crise que se tem notícia hoje. Demos mais um azar, né? E a chuva geralmente (cai) até março, agora já está na fase que não tem chuva”, disse.
Em maio, já com as perspectivas negativas para o ano, a Aneel acionou a bandeira vermelha nível 1 à tarifa de energia, que acrescenta R$ 4,17 para cada 100 kWh consumidos.