O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) foi o entrevistado do Brasil Econômico ao vivo desta quinta-feira (13)
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O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) foi o entrevistado do Brasil Econômico ao vivo desta quinta-feira (13)

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) , Paulo Solmucci, acusou alguns políticos de tornarem o “abre e fecha” suas campanhas políticas, não havendo uma negociação entre o setor produtivo e o poder público. Em entrevista a live do  Brasil Econômico desta quinta-feira (13), Solmucci afirmou que a segunda onda da pandemia foi "contratada durante as campanhas eleitorais".

“Do primeiro ao último dia do segundo turno, o índice de transmissão [da Covid-19] cresceu. Nós saltamos de um nível de estabilidade e queda antes das campanhas para um aumento até o final do segundo turno”, disse.

Ainda assim, ele considera que a gestão pública durante a pandemia não foi ruim. “Poderia ser melhor? Poderia. Mas quando você olha para o mundo, o Brasil não está tão mal. Pelo contrário, o Brasil está entre os 10, 20 melhores”.

Justiça

O presidente da Abrasel disse que o setor não vai aceitar políticas arbitrárias de fechamento de comércios para a contenção do novo coronavírus . Ele prometeu recorrer à Justiça caso o setor de bares e restaurantes seja preterido em eventuais políticas de lockdown .

“Não é que não aceitamos ter que fechar novamente. Se houver necessidade, vamos agir. O que não aceitamos é ficar escolhendo quem é essencial e quem não é. Se [o governo] tiver que tomar uma atitude destas, vamos partir para um lockdown sério que seja, inclusive, nacional”, disse.

O setor de bares e restaurantes foi um dos mais impactados pelas medidas de restrição para conter o novo coronavírus. Muitos estabelecimentos adotaram o delivery e vendas on-line para contornar a crise, no entanto, 30% desses comércios já fecharam e cerca de 300 estão encerrando as operações por dia no estado de São Paulo, desde março de 2020, segundo levantamento da Abrasel.

Somente em São Paulo, com a proibição do consumo de bebidas em bares, a estimativa da associação é de uma diminuição de 50% no faturamento.

“Se sentirmos que alguns setores são tratados diferentemente de outros, não vamos incentivar a desobediência, mas ela está por um triz. As empresas não aguentam mais”, afirmou o líder do setor.

Reparação

Solmucci também afirmou que a arbitrariedade na seleção de setores essenciais durante a condução da pandemia prejudicou o ramo alimentício, o que fez com que 72% dos estabelecimentos estejam com as contas atrasadas. Para ele, “o setor pagou uma conta injusta e desproporcional e deve ser reparada”.

“O que foi feito com o nosso setor foi, de certa forma, criminoso. Vimos prefeitos impedindo estabelecimentos de funcionar, mas cobrando IPTU quando não podíamos usar o imóvel”, comenta. Solmucci lembra da necessidade de ajuda aos bares e restaurantes para poder restabelecer a normalidade no setor.

“Há uma conta que deve ser paga pelo poder público no sentido de reparação, com ajudas de fundo perdido, como está acontecendo na Europa. No Brasil, não estão nem sentando na mesa pra discutir isto”, disse.

Lives do Brasil Econômico

Semanalmente, a redação do Brasil Econômico entrevista algum especialista para aprofundar um tema relevante do noticiário econômico. Sempre às quintas-feiras, as transmissões começam às 17h pela página do Facebook e pelo canal do iG no Youtube.

Nesta edição, a entrevista foi conduzida pela editora-chefe do iG, Ludmila Pizarro, e pelo jornalista e fundador do Brasil Econômico, Ricardo Galuppo

Solmucci é engenheiro mecânico com MBA em Administração pela UFRJ. É presidente-executivo da Abrasel e diretor da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS), que além da Abrasel, reúne as entidades Abras, Abad, Abrasce, Afrac, Alshop, Anamaco, CACB e CNDL. É membro de Conselhos importantes, como o Conselho Nacional de Turismo e o Conselho Deliberativo da Embratur.

Ele também falou sobre a resiliência do setor, apesar da fragilidade das empresas, dos posicionamentos da Abrasel quanto a compra de vacinas pelo setor privado e os erros e acertos das autoridades.

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