Do início do século, em 2001, até 2021, a Câmara dos Deputados gastou R$ 6,4 bilhões, em valores corrigidos pela inflação, com a cota parlamentar , verba a que cada deputado tem direito para reembolsos em áreas como aluguel de carros, passagens aéreas, alimentação, combustível e muito mais. Em 20 anos, portanto, os privilégios dos deputados federais tem custo bilionário para os cofres públicos, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo .
Desde o primeiro trimestre do ano passado, com o início da pandemia do novo coronavírus , a grande maioria dos deputados trabalha em home office, o que, naturalmente, deveria reduzir esses custos com privilégios . Certo? Não é bem assim.
Somente nos três primeiros meses de 2021, a Câmara já desembolsou R$ 32,2 milhões com a cota parlamentar, segundo dados da própria Casa, enviados ao Estadão por meio da assessoria.
Criada após pressão de deputados por aumento de salários, a cota parlamentar , cara por si só, ainda trouxe outros gastos ao País. Desde sua criação, assembleias legislativas de municípios de todos os estados brasileiros criaram mecanismos semelhantes, que garantem a deputados estaduais e vereadores, por exemplo, benefícios que aumentam, na prática, o salário mensal de cada um dos eleitos pelo povo.
O valor a que que cada um dos 513 deputados tem direito mensalmente varia de acordo com o Estado pelo qual foi eleito. No Distrito Federal, a cota é a menor, de R$ 30,8 mil. Em Roraima, por outro lado, ela chega a R$ 45,8 mil. Na prática, esse conjunto de privilégios pode mais do que dobrar o salário de um deputado, que é de R$ 33.7643 , maior do que o rendimento mensal de 99% dos brasileiros, de acordo com levantamento do Nexo com base em dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE.