A empresa de transportes Itapemirim
está prestes a retornar ao ramo de aviação
. Enquanto espera por um processo de recuperação judicial
no valor de R$ 2 bilhões
, a companhia deu entrada no processo de obtenção do Certificado de Operador Aéreo, para poder operar novamente no setor após 20 anos.
Hoje a empresa tem 400 funcionários e diz que já encomendou dez aeronaves Airbus A320.
Dentre as cinco etapas do processo, a empresa está na quarta. Falta apenas a certificação, etapa meramente administrativa, que deve ocorrer em uma das próximas reuniões da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), agendadas para 4 e 18 de maio. Depois disso, fica nas mãos da empresa escolher a data para começar.
Em abril, a Itapemirim fez 14 voos "teste", chamados de voos de certificação. Os destinos foram os aeroportos de Guarulhos (SP), Confins (MG), Salvador, Galeão (RJ) e Porto Alegre, com o modelo Airbus A320, com capacidade para 180 pessoas.
Destinos
A firma ainda não anunciou os destinos escolhidos para operar, mas disse que pretende conectar capitais, e já reservou um "espaço" no aeroporto de Congonhas (SP).
O que se sabe até o momento é que a empresa pretende fazer rotas nacionais.
Dívida de R$ 2 bilhões
A empresa deve mais de R$ 2 bilhões só em impostos, segundo relatório da administradora judicial responsável pelo processo, a EXM Partners, ao qual o UOL obteve acesso. Além disso, deve R$ 167 milhões a credores.
Mesmo assim, a firma investiu pesado na criação da companhia aérea, gastando R$ 27 milhões em seis meses.
No ano passado, em ação questionando o ingresso da Itapemirim no mercado de aviação, a Justiça decidiu que a empresa tem liberdade para conduzir seus negócios, desde que respeite a recuperação judicial.
A Itapemirim afirma que está cumprindo regularmente o plano de recuperação e prevê encerrá-lo em 24 de maio, quando um juiz irá avaliar o caso.