Somente nos três primeiros meses do ano o comércio eletrônico brasileiro sofreu 600.926 tentativas de fraudes , um aumento de 83,7% em relação ao primeiro trimestre de 2020. Ao todo, neste período, o e-commerce registrou mais de 37 milhões de pedidos de compras.
Os dados são da empresa ClearSale, especializada em antifraudes nos mais diversos segmentos, entre eles o e-commerce.
Além disso, a pesquisa indica que a maior parte das tentativas foi feita para compra de celulares pela internet. Segundo especialistas, as tentativas degolpes cresceram na esteira da popularização do comércio digital durante a pandemia e o período de isolamento social , pesando ainda o fechamento de lojas físicas.
De acordo com o levantamento, se as mais de 600 mil tentativas de fraudes tivessem sido efetivadas, o prejuízo chegaria a R$ 679,2 milhões, ou 105,7% a mais na comparação com os R$ 330 milhões em tentativas de golpe no e-commerce no mesmo período do ano passado, quando ainda não havia, na maior parte do tempo, isolamento social.
Isso indica que os fraudadores passaram a ter como alvo produtos mais caros de um ano para outro, possivelmente por conta do cenário de pandemia.
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Nesse sentido, chama atenção o fato de que o valor médio dos produtos alvos das tentativas de fraude é maior do que os gastos das compras feitas pelos consumidores reais.
Segundo o levantamento da ClearSale, o tíquete médio dos produtos cuja fraude foi evitada em 2020 foi de R$ 1.009, contra R$ 1.130 em 2021. Já o tíquete médio das compras legítimas foi de R$ 455, em 2020, e de R$ 527, em 2021.
"O tíquete médio das tentativas de fraudes é maior porque os fraudadores não pagarão pelos produtos e o interesse deles é a revenda para transformar em dinheiro", explica o diretor de marketing da ClearSale, Omar Jarouche.
Produtos
No primeiro trimestre de 2021, os celulares responderam por 8,63% dos produtos que os fraudadores tentaram obter ilegalmente via e-commerce. Depois deles, estão ar-condicionado (6,31%), eletrônicos (5,48%), bebidas (5,27%) e alimentos (3,79%).
Observando por estados e regiões, pelo segundo ano seguido, considerando os balanços de primeiro trimestre, a região Norte é a que tem, em números proporcionais, a maior quantidade de tentativas de fraude. Nesta região, 3,99% dos pedidos no e-commerce são tentativas de fraude, contra 1,60% dos pedidos no Sudeste e 2,14% no Centro Oeste. No primeiro trimestre de 2020, 4,43% dos pedidos na região Norte eram tentativas de fraude.
10 dicas para fazer compras seguras no e-commerce
- Busque referências com amigos para saber se o site é mesmo confiável, se o portal entrega os produtos solicitados com a qualidade descrita e se cobra o preço certo na fatura. Verifique a reputação da loja online na internet e com amigos nas redes sociais;
- Ao utilizar sites de busca, verifique o endereço (URL) para garantir que se trata do site que deseja acessar. Fraudadores utilizam-se de “links patrocinados” para ganhar visibilidade nos resultados de buscas;
- Fique alerta para promoções imperdíveis com descontos mais do que elevados. Fraudadores costumam utilizar a técnica da ‘ansiedade’, para criar uma necessidade de compra rápida, sempre impondo uma condição: se você não comprar agora, a promoção será cancelada;
- Nunca abra e-mails ou mensagens de origem duvidosa, nem clique em links que estejam nestas mensagens;
- Esteja com o antivírus atualizado, use o seu próprio computador, tablet ou smartphone para a compra virtual;
- Evite operações bancárias na internet usando conexões sem fio desconhecidas ou de locais públicos;
- Se optar por comprar ofertas pelas redes sociais, confie apenas nas de perfis verificados. Cheque também os comentários de outros usuários;
- Cadastre avisos por SMS ou e-mail a cada transação realizada com seu cartão, aumentando, assim, a chance de identificar uma transação fraudulenta;
- Antes de efetuar o pagamento com cartão, verifique qual é o sistema de segurança oferecido pelo site para suas compras. Se optar por pagar a compra com boleto bancário, cheque se os dados realmente são da empresa beneficiária (razão social e CNPJ);
- Caso o consumidor receba uma ligação para confirmação de suposta compra no seu cartão, a qual não reconheça, não informe dados pessoais, tampouco digite sua senha ao telefone. Os bancos e operadoras de cartão podem solicitar que você confirme dados pessoais, mas nunca vão lhe pedir para digitar sua senha.