Pacheco e Lira pressionam Bolsonaro para sancionar Orçamento sem vetos
Congresso afirma que, se vetado, governo deverá explicar as razões e poderá ter consequências negativas no legislativo
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) , abandonou a sessão ordinária nesta quinta-feira (08) para uma reunião de urgência com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL) . No encontro, os dois discutiram a sinalização do presidente Jair Bolsonaro de vetar o Orçamento aprovado pelo legislativo no mês passado.
Bolsonaro é pressionado pelo ministro da economia, Paulo Guedes, e sua equipe a vetar o aumento do valor destinado para verbas parlamentares. A justificativa de Guedes é que a sanção do texto poderá abrir precedentes para um pedido de impeachment .
Pacheco e Lira argumentam que a base governista no Congresso é solida e sugerem o envio de outro projeto ao Legislativo para equilibrar as despesas orçamentárias e atender os pedidos da equipe econômica. Arthur Lira, inclusive, se reuniu com Bolsonaro no começo da noite desta quinta-feira e impôs as opiniões de congressistas.
Negociações e impasses
No dia da votação do Orçamento para este ano no Congresso Nacional, o relator da matéria, senador Márcio Bittar (MDB-AM), elevou as despesas com emendas parlamentares em R$ 26 bilhões, o que assustou a equipe econômica do Palácio do Planalto. Para tentar acalmar os ânimos, congressistas, ministros e a equipe de Guedes realizaram reuniões para negociar um acordo sem precisar vetar o trecho do texto final, mas não chegaram a uma definição.
Congressistas ameaçam desembarcar da base governista caso Bolsonaro vete a matéria. Além da pressão, parlamentarem afirmam que, se vetado, o Congresso anulará a decisão do Palácio do Planalto.