Trabalhadores de empresas terceirizadas da LG entraram em greve nesta terça-feira (6) para pressionar a empresa a preservar empregos e direitos depois do anúncio da saída da companhia do setor de celulares . Os funcionários da fábrica da LG em Taubaté, interior de São Paulo, também estão mobilizados.
O momento para os trabalhadores tanto da LG quanto de empresas terceirizadas é de incerteza. A própria companhia afirma que ainda está avaliando possibilidades - dentre elas, estão demissões .
Situação em Taubaté
No Brasil, a única fábrica da LG
que produz celulares é a de Taubaté, onde cerca de 400 funcionários são dedicados ao setor
. Os trabalhadores da fábrica estão em estado de greve desde 26 de março, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau). O estado de greve
é um alerta de que uma paralisação pode acontecer a qualquer momento.
Desde que começaram a surgir rumores de que a LG pararia sua produção de celulares, em janeiro, o Sindmetau começou a solicitar reuniões com o presidente da empresa. De acordo com o sindicato, porém, os pedidos não foram atendidos.
Até o momento, o Sindmetau afirma que "a empresa não forneceu informações sobre os impactos de sua decisão em relação aos trabalhadores e a fábrica de Taubaté". Na tarde desta terça-feira (6), o sindicato tem uma reunião com a LG que pode ser decisiva.
"Para minimizar os efeitos deste encerramento junto aos seus empregados da unidade fabril de Taubaté, a empresa iniciou negociações com o Sindicato da Categoria para implementar compensação adicional aos direitos já vigentes, o que está em andamento. As negociações até o momento podem impactar os empregados dedicados à essa divisão, porém estão sendo avaliadas todas as possibilidades, tais como realocação, transferência ou rescisão", disse a LG, em nota.
Terceirizadas em greve
Além da fábrica de Taubaté, a LG
também mantém empresas terceirizadas para a produção de celulares no Brasil. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, 430 trabalhadores devem ser afetados com a decisão da LG, a grande maioria mulheres.
Três fábricas na região produzem exclusivamente celulares para a LG: a Sun Tech, em São José dos Campos, a Blue Tech, em Caçapava, e a 3C, também em Caçapava.
As trabalhadoras entraram em greve nesta terça-feira para lutar pela manutenção dos postos de trabalho. "Caso se consolide o fechamento das fábricas, a entidade reivindica que todos os direitos pagos aos trabalhadores da LG sejam estendidos às funcionárias das fornecedoras", afirma o sindicato, em nota.
"Vamos exigir, na luta e nos tribunais, que todos os direitos sejam garantidos. A terceirização, amplamente adotada pela empresa, tem como reflexo a precarização de direitos e insegurança jurídica. Mas aqui as trabalhadoras lutarão bravamente por seus empregos e direitos”, afirma o presidente do sindicato
, Weller Gonçalves, em nota.
A LG afirma que cumprirá com suas "responsabilidades sociais para minimizar os impactos não apenas à nossa empresa, mas também aos nossos parceiros com os quais mantemos relações comerciais ao longo dos anos".