"Todo mundo que mexe os ponteiros do PIB abandonou o Bolsonaro
, mas mais do que nunca é bom que o Paulo Guedes
esteja firme onde está", disse o presidente de um grande banco a coluna de Lauro Jardim no jornal O GLOBO
.
Segundo a publicação, o presidente estaria isolado e mais dependente do que nunca de Guedes para manter a relação saudável que ainda tem com o mercado financeiro .
O ministro da Economia defende o teto de gastos e prega responsabilidade fiscal diante da crise, mas está cada vez mais distante do Congresso, e as discussões do Orçamento ainda podem complicar a permanência de Guedes no governo. O ministro nega que tenha intenção de deixar o cargo , mas já repetiu diversas vezes que não vai conduzir o País "na direção errada" e não tem apego à sua posição.
Nos bastidores, Guedes já estaria demonstrando insatisfação e sugerindo inclusive um substituto para o seu cargo , o ministro Rogério Marinho , do Desenvolvimento Regional. Desafeto antigo do "Posto Ipiranga" de Bolsonaro, Marinho estaria mais alinhado ao Congresso e a ideia de gastar mais e apostar em investimentos públicos como saída para a crise.
A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda , no entanto, disse que o governo chegou a um acordo sobre o Orçamento, mas os detalhes ainda serão costurados . A tendência é que os congressistas tenham que ceder e cortem valores em emendas, antes disponíveis, para que o teto de gastos seja viável, acalmando Guedes e o mercado, ainda ao lado de Bolsonaro, na prática.